sábado, 9 de abril de 2011

12 PASSOS PARA O AMADURECIMENTO CRISTÃO

1º Passo - Provações é para nos ensinar e não para nos destruir (Tiago 1.1-12)

 Saudações (1 Tiago, servo {escravo} de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos dispersas entre as nações: Saudações.).

Invés de tirar vantagem ou se orgulhar de qualquer prestigio que poderia ter como meio-irmão do Senhor Jesus, Tiago se humilha e alegremente da total submissão e controle da sua vida ao seu Mestre. Ele confessa publicamente que ele pertence ao Senhor. Servo isto é no original escravo era o titulo, a credencial, o logo corporativo e o selo de Tiago. Imagina você escrever no seu cartão de visitas embaixo do seu nome “escravo de Deus e do Senhor Jesus Cristo.” Ao contrario do que vemos na imatura igreja de nossos dias onde existe uma guerra por títulos e cargos, Tiago mesmo sendo meio-irmão de Jesus se apresenta como escravo de Jesus. Como alguém que já havia passado por varias provações, Tiago tinha todas as qualificações e a inspiração de Deus para escrever como devemos agir diante das provações.

Ninguém conhece melhor suas fraquezas e seus defeitos do que a sua família. Mesmo assim Tiago reconheceu que seu meio-irmão era Deus Encarnando.

Tiago reconheceu sua própria submissão como servo de Jesus Cristo. Tiago reconheceu Jesus como Senhor. Ser servo aqui implica que o escravo não tinha escolha alguma em sua servidão ao seu mestre, na realidade o servo escolhia servir por amor, comprometido e devotado pela vida toda a um mestre bom e compassivo. Ele saudou os Cristãos que estavam passando por tempos difíceis “dispersas entre as nações” referindo-se aos Cristãos espalhados por causa da perseguição.

 O Propósito das Provações.

Para os descrentes em sua maioria as provações têm o propósito de fazê-los aproximar de Deus.

Para os crentes é o meio de Deus ajudá-los amadurecer em Cristo. As provações podem nos ensinar e não nos destruir. Aprendemos que as provações virão, não é o caso se elas virão, mas quando elas virão.

Apesar dos tempos difíceis, devemos encarar as dificuldades com alegria (2 Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, 3 pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança.).

Deus não quer que apresentemos hipocritamente um sorriso. Ele não quer que neguemos os nossos sentimentos ou lamentos. Ele não quer que façamos de conta que não estamos passando por nada. Deus espera que tenhamos um coração firme no meio da tragédia, paz no meio da incerteza, calma e segurança no meio de desastre financeiro. Ele busca em nós a atitude correta, contentamento e submissão aos planos do Pai.

Não pense que Deus te abandonou ou que satanás está no controle. Pensar assim é negar a soberania e o poder de Deus sobre nossas vidas e sobre o universo. Satanás tem algumas liberdades, mas ele não pode fazer nada sem a permissão de Deus.

Deus sabe o que é necessário para nos ajudar continuar amadurecendo em Jesus Cristo.

Assim que algo acontece a nossa tendência é pedir para Deus mudar a situação. Mas invés de dizer “sim” para nossas orações que pedimos para Ele transformar o cônjuge, o patrão, a escola, a situação, a enfermidade e etc., Deus na verdade quer transformar você.

Jesus disse em João 15.2: Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda {limpa}, para que dê mais fruto ainda. Para que o ramo dê fruto precisa ser limpo. Quando um Cristão passa pela poda através das provações ele sente dor. Nenhum ser humano gosta de passar por dor, sendo assim na maioria das vezes tentamos fugir daquilo que nos causa dor. Preferimos abandonar o ministério, as programações, as pessoas, os ambientes seja o que causou a dor para evitar passar pela dor novamente. Mas a dor faz com que ele dê fruto e tenha alegria no meio das provações, porque cada problema e cada dor de cabeça vêm com a intenção do Pai de nos limpar. É a poda dolorida, mas poderosa!

Estar livre das provações significa que você está sendo testado. Quando a provação acaba vem o teste. A provação tem quatro estágios:

Fé. Você confia em Deus, acreditando em Sua Palavra.
Obediência. Você leva a Sua Palavra a sério; obediência é a prova da fé.
Benção. Deus abençoa sua obediência e você se alegra.
Teste. Bênçãos sempre te leva a ser testado, por três razões:

1.    Para provar se nossa fé é sincera.

2.    Para ajudar nossa fé crescer.

3.    Para trazer glória ao Senhor.

Nossa responsabilidade diante das provações e dos testes é permitir que se complete (4 E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma.).

Quando vamos até o fim sem desistir a provação se completa e isso nos permite receber o máximo dos benefícios do ensinamento de Deus através das provações.

Peça a Deus por sabedoria (5 Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.).

Quando você pede a Deus por sabedoria, você está pedindo a perspectiva d’Ele. Sabedoria é a lupa de Deus que vê os detalhes que nós não vemos, mas precisamos pedir.

Peça sem duvidar (6 Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. 7 Não pense tal pessoa que receberá coisa alguma do Senhor, 8 pois tem mente dividida e é instável em tudo o que faz.).

A sabedoria de Deus só virá quando você totalmente, genuinamente e completamente confiar em Deus.

Provações é o grande nivelador (9 O irmão de condição humilde deve orgulhar-se quando estiver em elevada posição. 10 E o rico deve orgulhar-se caso passe a viver em humilde, porque o rico passará como a flor do campo. 11 Pois o sol se levanta, traz o calor e seca a planta; cai então a sua flor, e a sua beleza é destruída. Da mesma forma o rico murchará em meio aos seus afazeres.).

Pobres e ricos passam por provações. Possessões materiais tiram o foco do problema, e nos impede de enxergar o que Deus quer nos ensinar com a provação. Manter nosso relacionamento com Deus é vital no meio das provações.

A felicidade verdadeira vem no meio das provações (12 Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam.).

Jesus já venceu, e a vitoria é nossa em seu nome. No final vai dar tudo certo!

Podemos escolher ficar amargurados e zangados quando estivermos sendo provados, e permaneceremos estagnados no nosso caminhar com o Senhor. Ou, podemos aprender com as provações, sabendo que com a ajuda de Deus podemos amadurecer através das provações.

AMADURECEMOS ATRAVÉS DAS PROVAÇÕES!

AINDA NÃO É O FIM

Mateus 24:4-8
            Você já parou para pensar na volta de Jesus? Os discípulos do Senhor estavam preocupados em saber quais seriam os sinais da vinda do Messias. Então perguntaram quais seriam os acontecimentos do fim dos tempos. Hoje, esses sinais estão visíveis e a cada dia mais constantes. Não é preciso ser um bom observador para notar o quanto, nos últimos meses, tem aumentado a ocorrência de tragédias. Só neste ano de 2010 foram registrados terremotos no Haiti, no Chile, no México, tsunamis, furacões... sem contar as epidemias, fome, guerras. E agora, mais recentemente, enchentes no Rio de Janeiro dizimam várias famílias. Tudo isso não é por acaso, está previsto na Bíblia e são sinais do fim (Mt 24:7, Lc 21:11). A natureza expressa o juízo de Deus. Diante desses acontecimentos, qual é a sua posição? O que faria se Jesus voltasse hoje mesmo? Você está preparado? Jesus nos ensina qual deve ser nossa atitude ao vermos os sinais da Sua vinda.

I - NÃO SE DEIXE ENGANAR - v.4-5
            Nos versos 4 e 5 Jesus nos adverte para que não nos deixemos enganar por aqueles que se dizem ser o ''Cristo''. Com certeza você já deve ter ouvido falar em pelo menos uma pessoa querendo se passar pelo Messias. Um exemplo é o ‘'Inri Cristo'', um ex-verdureiro que se veste de túnica branca e manto vermelho se dizendo ser a reencarnação de Jesus e enganando a muitos. Este é mais um sinal da vinda do Senhor. Muitos falsos cristos já têm se levantado, e, infelizmente, várias pessoas estão caindo neste engano. Porém, Jesus nos alerta em Mt 24:27,30 que a Sua vinda será ‘'...como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente...'' e que ‘'...todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória''. Ou seja, todo olho O verá! Ninguém vai precisar te dizer que aquele é o Cristo pois o verdadeiro Jesus é inconfundível! Aqueles que o servem não serão enganados, pois Ele é a verdade e a vida (Jo 14:16)! Receba em seu coração o único e verdadeiro Salvador - Jesus Cristo, o Senhor!


II - NÃO SE ASSUSTE - v.6
            Muitas pessoas dizem que não gostam de ler o livro do Apocalipse por ser muito assustador o cenário dos últimos tempos. Outros dizem que não gostam nem de pensar no ‘'fim do mundo''. No entanto, para os servos de Deus, a volta de Jesus deve ser esperada com muita alegria, pois será a coroação da vitória daqueles que amam o Messias e têm certeza da sua salvação! Se você se sente assustado com tudo o que tem acontecido no mundo, se os sinais da vinda de Jesus o apavoram, então, você deve refletir a respeito da sua vida. Quem crê verdadeiramente em Jesus não se turba o coração e nem se atemoriza (Jo 14:1,27). Entregue-se verdadeiramente a Jesus e não se assuste com os sinais da Sua vinda, pois aquele que perseverar até o fim será salvo (Jo 14:16)!

III - NÃO PERCA TEMPO - v.6b
            O Senhor Jesus disse que esses sinais ainda não são o fim, ou seja, você ainda tem chance de se consertar com Deus, de se preparar para aquele Grande Dia! O tempo está correndo, não dá mais para ficar ‘'em cima do muro''. Jesus tem pressa em salvá-lo. Ele não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a arrepender-se (II Pe 3:9). Há um hino cristão muito antigo, no entanto, a sua mensagem ecoa até hoje dizendo ''... meu amigo, hoje tu tens a escolha, vida ou morte, qual vais aceitar? Amanhã pode ser muito tarde, hoje Cristo te quer libertar!'' Decida hoje mesmo e tenha seu nome escrito no livro mais importante do universo o Livro da Vida (Ap 3:5)! Glória a Deus!

CONCLUSÃO:
            Todas as tragédias que têm abalado o mundo são apenas o princípio das dores (Mc 13:8)! Mas, a pior dor que o ser humano pode sentir é a privação eterna da presença de Deus, em outras palavras, é a morte eterna! Por isso, não se deixe enganar, não se assuste e nem perca tempo pois a contagem regressiva da misericórdia do Senhor já começou! Qual será a sua decisão? Maranata, ora vem Senhor Jesus!

Especialistas apontam 'delírio'

Psiquiatras e psicólogos foram consultados pelo G1.
Opiniões foram dadas somente com as informações contidas na carta.


A carta deixada por Wellington Menezes de Oliveira - jovem de 23 anos que matou 12 crianças, deixou outras 11 feridas e depois se suicidou na escola Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro - dá pistas sobre um possível comportamento delirante do atirador, segundo especialistas consultados pelo G1.
Apesar de destacarem ser impossível fazer uma análise completa somente pela leitura da carta (veja íntegra no final deste texto), os profissionais concordam em um ponto: a organização das idéias de Wellington na carta é confusa e alguns trechos apontam preocupações típicas de delírios como limpeza ou pureza ("os impuros não poderão me tocar sem luvas").
Para Fábio Barbirato, médico da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), os traços do delírio são notados em vários trechos da mensagem. "Há uma certa falta de lógica que acompanha tudo o que está escrito. Especialmente no trecho que ele fala sobre os animais, aquilo parece estar muito desagregado, não parece fazer sentido."
O psiquiatra da ABP também afirma que Wellington não tinha plena consciência de seus atos. "Ao analisar o caso, parece que o atirador vivia um possível quadro esquizofreniforme. É como se fosse um corte na realidade, ele acreditava no seu mundo e esquecia tudo o que estava em volta. Talvez, no futuro, ele pudesse avançar para uma esquizofrenia de verdade."
Já para o psicólogo Fábio Leyser Gonçalves, do Centro de Análises do Comportamento, a carta mostra que a ação do atirador foi premeditada. “De certa maneira, ele é coerente. O que em termos de saúde mental não quer dizer muita coisa. Muitas vezes o delírio existe junto com a organização", afirma.
Essa carta deixa a gente muito na dúvida. Um psicopata faz mal a alguém, mas nunca quer sair perdendo. Ele manipula todos para não sair em prejuízo nunca. Já a pessoa que se mata está sempre, de alguma forma, perdendo."
Fábio Barbirato, médico da
Associação Brasileira de Psiquiatria
“É um pensamento ordenado, mas delirante. Especialmente quando ele passa essa ideia de pureza, de ser um indivíduo casto, de certa forma até 'superior'.”
Gonçalves também comenta um possível sentimento de heroísmo no ato de Wellington. "O texto está organizado em volta deste tema da pureza, como se ele tivesse um propósito, uma missão."
Psicopata ou psicótico?
Barbirato descarta a hipótese de se tratar de um psicopata. "Com base apenas na carta, é possível notar que o Wellington não parece ser uma pessoa perversa, malvada", afirma o especialista.
"Vejo que ele matou muito mais por raiva do que pura e simplesmente por desprezo. Ele ajoealhava as crianças e disparava. Se você for pensar em psiquiatria forense, era uma pessoa que queria humilhar a outra", explica o psiquiatra. "Wellington também escreve se preocupar com Deus, com os animais. Um psicopata não se preocupa com o que o outro pensa."
Barbirato reconhece, porém, que a mensagem é enigmática e confusa. "Essa carta deixa a gente muito na dúvida. Um psicopata faz mal a alguém, mas nunca quer sair perdendo. Ele manipula todos para não sair em prejuízo nunca. Já a pessoa que se mata está sempre, de alguma forma, perdendo”, diz Fábio.
Sexualidade
Os especialistas também comentaram sobre um possível desconforto de Wellington com a própria sexualidade. "Há uma conotação de sexualidade na carta. Claro que não dá para saber se a pessoa sofreu abuso ou não, mas os temas de pureza, de castidade, estão presentes", afirma Barbiroto.
Essa vontade de ficar perto da mãe, de ser puro, pode ser indício de um trauma com a própria sexualidade, o desejo de se manter puro, casto."
Francisco Algodoal, psicanalista e psiquiatra
da Sociedade Brasileira de Psicanálise
Já o psicanalista e psiquiatra Francisco Algodoal, da Sociedade Brasileira de Psicanálise, acredita que apenas hipóteses vagas podem partir a partir somente da mensagem deixada pelo atirador. "A coerência do texto vai, aos poucos, deslizando para algo delirante", diz.
Algodoal somente arrisca estabelecer alguma relação da carta com os alvos da tragédia quando lembra das referências sobre pureza e o desejo de ficar perto da mãe, expressos na mensagem. "O fato dele ter alvejado mais meninas do que meninos talvez aponte uma dificuldade enorme com a sexualidade, um complexo de inferioridade tremendo."
"Essa vontade de ficar perto da mãe, de ser puro, pode ser indício de um trauma com a própria sexualidade, o desejo de se manter puro, casto."
Estrutura da carta
A carta contém dois trechos. No primeiro, Wellington fala sobre orientações para o seu enterro e mostra estar preocupado com a "pureza" daqueles que irão mexer com o seu corpo.
Na parte final, o atirador dá instruções sobre a herança de uma casa em Sepetiba, que não deveria ser deixada para familiares, mas para instituições que cuidem de "animais abandonados".
Wellington ainda cita a mãe, Dicéa Menezes de Oliveira, que estaria sepultada no cemitério de Murundu, mesmo local onde algumas das vítimas da tragédia foram enterradas nesta sexta-feira (8).
Íntegra da carta e transcrição
Reprodução carta atirador (Foto: Reprodução)Íntegra do primeiro trecho da carta de Wellington
“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida eterna.”
Reprodução carta atirador (Foto: Reprodução)Trecho final, com a assinatura do atirador feita a mão
“Eu deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum familiar precisa, existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço onde eu passei meus últimos meses seja doado a uma dessas instituições, pois os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais de proteção e carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder se comunicar, trabalhar para se alimentarem, por isso, os que se apropriarem de minha casa, eu peço por favor que tenham bom senso e cumpram o meu pedido, por cumprindo o meu pedido, automaticamente estarão cumprindo a vontade dos pais que desejavam passar esse imóvel para meu nome e todos sabem disso, senão cumprirem meu pedido, automaticamente estarão desrespeitando a vontade dos pais, o que prova que vocês não tem nenhuma consideração pelos nossos pais que já dormem, eu acredito que todos vocês tenham alguma consideração pelos nossos pais, provem isso fazendo o que eu pedi.”

Presos suspeitos de vender arma a atirador de Realengo, diz polícia

Segundo informação da Divisão de Homicídios, foram presos dois suspeitos de terem vendido uma arma a Wellington Menezes de Oliveira, que entrou em uma escola e matou 12 crianças em Realengo, no Rio de Janeiro. A divisão da Polícia Civil fez o pedido de prisão preventiva ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nesta madrugada, após ter ouvido depoimento dos suspeitos na noite de sexta-feira (8).
 
 
Foto 89 de 164 - 8.abr.2011 Parentes de vítima do massacre na escola carioca Tasso da Silveira, participam de enterro no cemitério de Realengo, no Rio de Janeiro Mais Ricardo Moraes/Reuters
Onze das 12 vítimas do atirador no massacre na escola municipal Tasso da Silveira foram enterradas sexta-feira (8) nos cemitérios Jardim da Saudade, em Sulacap, e Murundu, em Realengo, ambos na zona oeste do Rio de Janeiro. O corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, liberado hoje pelo IML (Instituto Médico Legal) será cremado neste sábado (9), no Memorial do Carmo.
O último a ser enterrado foi de Igor Moraes, 13, no cemitério Jardim da Saudade, que terminou por volta de 17h. O sepultamento do garoto, que chegou a ser internado no hospital de Saracuruna, mas não resistiu, foi marcado por uma chuva de rosas. Fã de futebol, Moraes sonhava em se tornar jogador. Uma bandeira do Flamengo foi colocada sobre o seu caixão. O presidente e ídolo do Vasco, Roberto Dinamite, compareceu ao enterro de Igor, já que o garoto treinava futebol na escolinha do ex-atacante.
Durante o sepultamento, a mãe de Igor, Inês Moraes da Silva, teve que ser amparada por para-médicos. Muito abalada, ela acompanhou o enterro sentada e saiu sem falar com a imprensa. Igor vivia junto com o irmão de 11 anos, a mãe e uma avó de criação, Dalva de Oliveira Schluckebier, 60. Ela lembra com carinho dos oito anos que Igor viveu em sua casa. “Ele era tudo para gente.”
Após ser atingido no ataque, o garoto foi operado no tórax e no cérebro e tinha apenas 10% de chance de sobreviver. Igor não tinha contato com o pai José Moraes da Silva, que foi visto rapidamente no velório, mas não permaneceu para o enterro.
Nathan Lourenço, 14, mora no mesmo condomínio de Igor e estudava na mesma sala que a vítima --no 8º ano (7ª série). Ele estava numa aula de português no momento em que o atirador entrou e disparou contra três meninas que estavam ao seu lado. “Ele entrou e disse ‘bom dia’. Só mirava nas meninas. É difícil, não gosto nem de lembrar”, disse Nathan.
“Ele apontou a arma na minha cara. Só sei que eu abaixei a cabeça. E todo mundo começou a correr”, afirmou o garoto, que estava sentado na segunda fileira e só parou de correr para ajudar um amigo ferido.

Centenas acompanharam enterros

Centenas de amigos e familiares acompanharam os velórios e enterros nos dois cemitérios. Por volta de 15h, o corpo de Samira Pires Ribeiro foi sepultado no cemitério de Santa Cruz, também na zona oeste.
No cemitério Jardim da Saudade, o primeiro corpo a ser enterrado foi de Larissa dos Santos Atanázio, 13, por volta de 11h20. "Ai minha filha... ”, exclamava aos prantos a avó Sônia Atanázio, que criou Larissa. Ela teve que ser amparada por paramédicos durante o enterro.
Segundo relatos do pai, Robson Atanázio dos Santos, 35, Larissa tinha o sonho de ser modelo e dançarina e já estava ansiosa preparando a festa de aniversário de 15 anos em dezembro de 2012.
“Deus está ao lado dela e cuidará dela. Não tinha razão para o que ele (Wellington Oliveira) fez isso. Eram só crianças com um futuro brilhante pela frente. A Larissa era uma pessoa doce, amiga, saudável, gostava de brincar, tratava as pessoas bem”, afirmou Robson.

Karine queria ser atleta

O segundo enterro foi o de Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14. Ainda no velório, a avó Nilza da Cruz, 63, com quem Karine morava também passou mal. Aos gritos chamava pela neta. “Eu quero a minha neta, chama ela de volta”.

Casa de atirador em Sepetiba tem pichações e vidros quebrados

  • Os familiares estavam visivelmente comovidos e abalados. Já Karine tinha o sonho de ser atleta. Seus amigos de treino carregavam faixas com os dizeres, “Karine Lorraine participava do projeto desportivo de atletas do Ideal Brasil”.
A paixão pelo esporte aproximou Karine do atletismo. A adolescente começou a treinar atletismo no Instituto Ideal no começo do ano e, segundo explicou uma colega de treino Olga Amaral, “ela estava começando a conhecer as suas potencialidades”.
“Era uma menina sempre alegre que treinava com a gente todo dia”, disse Jéssica da Silva Augusto, 17, que também estudou no colégio Tasso da Silveira há dois anos. “Eu sempre estudei no colégio e ontem à tarde eu iria ao colégio treinar. Quando soube da notícia eu fui para lá. Moro a dez minutos da escola.”
Para Jéssica, vai ser difícil visitar de novo o colégio em Realengo após o massacre. “Não sei se vou ter coragem para voltar. Eu tenho acesso livre ao colégio. Assim como eu, ele, o Wellington, um ex-aluno, entrou. Liberaram para que ele entrasse e aconteceu isso”.
Jéssica conta que fez bons amigos no seu período de estudante, e, além de Karine, conhece alguns estudantes que foram feridos.
Luiza Paula da Silveira, 14, foi a terceira vítima a ser enterrada, ao lado de Karine. As duas eram amigas e estudavam na mesma sala. “Ela estudou comigo, era inteligente e estudiosa”, disse Vitor Prates, 15, da 8ª série, amigo de Luiza.
Ele não tinha aula de manhã e só iria à escola no período da tarde, mas assim que soube pela televisão, ele foi correndo para a escola. “Estudo numa das salas do primeiro andar. Pelo que meus colegas relataram, os alunos achavam que o barulho era de bombinhas que estavam sendo jogadas no corredor”.

“Vai ser difícil voltar para a escola”

Vitor disse que o professor que dava aula na sua sala, no térreo, conseguiu trancar a porta e evitar que o atirador entrasse. Para ele também vai ser difícil voltar a estudar na mesma escola e “subir na escada que ele foi assassinado”. “Parece que foi um filme de terror. Muitos alunos e pais de alunos não querem voltar a estudar lá”, disse.
No quarto enterro consecutivo, de Rafael Pereira da Silva, 14, os familiares e amigos vestiam uma blusa com uma foto com os dizeres: “Brasileirinho, que se foi tão cedo. Saudades eternas”.
Rafael teve uma infância sofrida, por ter sido abandonado pela mãe biológica e não ter tido contato com pai. Ele foi criado por dois tios. O padrinho e tio de Rafael, Wagner Assis da Silva, 38, disse que o adolescente estava querendo trabalhar como menor aprendiz.
“A meta de Rafael era retirar o CPF para ser menor aprendiz. Ele era um menino caseiro e gostava de rock”, lembrou o padrinho. Para ele, a escola Tasso de Oliveira deveria ser demolida e, no lugar, ser construído um jardim com flores em homenagem as crianças.
Cemitério Murundu
As estudantes Laryssa Silva Martins, 13, Mariana Rocha de Souza, 12, foram as primeiras a serem enterradas, no cemitério do Murundu, em Realengo, às 11h. Segundo parentes, Géssica Guedes Pereira, 15, foi velada no mesmo local, mas, ao contrário do que foi publicado anteriormente, ela foi sepultada por volta das 14h15 no Cemitério Ricardo de Albuquerque. Por volta de 15h, começou o enterro de Milena dos Santos Nascimento, 14, que durou cerca de 25 minutos.
Sandra Tavares, tia da Laryssa, disse que a sobrinha "era uma menina muito meiga, muito calma". "Ela queria trabalhar na Marinha. Era o xodó do pai. É um brutalidade, é uma brutalidade", repetia ela durante o enterro. A família doou as córneas da estudante.
O tio de Mariana, o técnico de enfermagem Luiz Alberto Rocha, mostrava a indignação dos parentes das vítimas. "Ele matou a família inteira, esse animal. Ela era alegre, estudiosa e queria dar uma casa pra a mãe", disse ele após o enterro da sobrinha.
Bianca Rocha Tavares, 13, que estudava na escola com a irmã gêmea Brenda, foi enterrada pouco depois das 14h. Muitos familiares passaram mal, chegando até a desmaiar no enterro da jovem devido à emoção e ao calor no local. Brenda foi baleada no ataque e continua internada. A família não deu informações sobre seu estado de saúde
As mães das três estudantes enterradas no Murundu passaram mal e precisaram ser atendidas pelas equipes médicas que estavam de plantão no cemitério.  Sônia Atanásio, avó de Larissa, também precisou ser atendida pelos médicos.
Durante o sepultamento, a Polícia Civil do Rio fez uma homenagem às alunas, jogando pétalas de rosas de um helicóptero que sobrevoava o cemitério.
O local é o mesmo onde está enterrada a mãe do atirador Wellington Oliveira, Dicéa. Na carta em que deixou, Wellington disse que gostaria de ser enterrado “ao lado da mãe”.
O corpo do atirador permanece no IML(Instituto Médico Legal) Afrânio Peixoto, no centro da cidade, e ficará disponível para reconhecimento durante 15 dias. Se neste período nenhum familiar fizer o reconhecimento, o corpo de Wellington poderá ser enterrado como indigente, segundo fontes do IML.
 

Polícia vai apurar declarações de suposto melhor amigo que revela detalhes do passado religioso de atirador do Rio

A Polícia Civil do Rio de Janeiro vai apurar as informações de um homem que teria sido o melhor amigo de Wellington Menezes de Oliveira, o atirador que invadiu a escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, na última quinta-feira (7) matando 12 alunos. Oliveira também morreu na ação.
O UOL Notícias conversou com o suposto amigo, que aqui será identificado como G.S.. Ele afirmou que também foi aluno da escola Tasso da Silveira e que conhecera Wellington em um templo das Testemunhas de Jeová, há cerca de quatro anos. Segundo o rapaz, que é mais velho do que o atirador, eles rapidamente se identificaram pela devoção religiosa e pelo fato de ambos terem sofrido bullying durante os anos nos quais estudaram na unidade educacional.
Durante a conversa, ele fez pelo menos quatro menções a passagens da Bíblia –como esta dos Coríntios: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes"– e  também citou pontos abordados na carta deixada por Oliveira, como a questão da pureza.
"Aquele colégio era cheio de garotas ‘fogosas’. O pessoal até achava que eu era gay, pois as meninas chegavam passando a mão e eu me mantive puro, pois a fornicação é condenada pela sagrada escritura", disse G.S.. Na carta de suicídio, o atirador também usou o verbo "fornicar" de forma a condenar a prática sexual.
De acordo com o amigo, o templo que ambos frequentavam ficava em Realengo, mas acabou se transferindo para outro bairro, não identificado, da zona oeste. G.S. contou que ele, Oliveira e outros jovens foram expulsos em 2008 da entidade por uma determinada liderança religiosa, que ele não quis citar o nome. Em tese, eles teriam entrado em conflito com o "superintendente" das Testemunhas de Jeová na região.

Ataque a escola no Rio

"Ele me expulsou porque eu discordava do discurso mentiroso dele, ele queria que eu fizesse tudo o que os anciões mandam. (...) Por isso ele me considera até hoje um inimigo do templo", alegou, novamente sem identificar os envolvidos.
G.S. afirma que a pressão religiosa foi fundamental para a construção da personalidade criminosa de Oliveira. Ele diz que não esperava que o amigo fosse capaz de invadir uma escola e disparar contra crianças, mas afirma que chegou a suspeitar que Oliveira pudesse cometer algum crime, já que formulava ideias terroristas.
O amigo citou ainda o nome de uma suposta seita que o atirador começou a seguir pela internet: "Os 13 Iluminados". O rapaz associou o massacre de Realengo com o atentado terrorista contra as torres gêmeas de Nova York, no dia 11 de setembro de 2001. "Tudo aconteceu no dia 7 de abril [o massacre na escola]; se você somar sete e quatro são 11. Quantas mortes foram confirmadas até agora? 13. Qual é o nome da seita que ele seguia? Os 13 Iluminados. Tudo está ligado", afirmou. Em tese, o criminoso teria queimado o próprio computador para que a seita não fosse investigada. A reportagem tentou saber mais detalhes sobre a suposta seita –que não foi localizada pela internet –, mas G.S. não deu mais informações.
O amigo de Oliveira também chegou a insinuar uma espécie de "justiça" em relação aos seguidores das Testemunhas de Jeová, dando a entender que o massacre em Realengo seria uma resposta "àqueles que se colocam acima de Deus".
O rapaz, que disse trabalhar no meio artístico, não segue religião alguma atualmente, mas explica que, desde que fora expulso das Testemunhas de Jeová, já passou por mais de 15 igrejas diferentes, a maioria evangélica.
G.S. afirma que perdeu contato com Oliveira há cerca de dois anos.  O atirador era filho adotivo do casal Guido Bulgana Cubas de Oliveira e Diceia Menezes de Oliveira, e cresceu em Realengo, mesmo bairro da escola que foi palco do massacre. A mãe adotiva, que também era seguidora de Testemunhas de Jeová, morreu há dois anos. Em entrevista à rádio Band News, uma das irmãs de Oliveira, Roselane, de 49 anos, contou que o rapaz estava morando sozinho em Sepetiba há algum tempo.
G.S. diz que chegou a frequentar a casa de Oliveira no período no qual o criminoso morava em Realengo, tendo contato com os familiares. "Ela [mãe adotiva do atirador] me ensinou a fazer cuscuz", relatou.

Homenagens e funerais marcam dia seguinte ao massacre do Rio de Janeiro

  • Vizinha diz que amigo é “perturbado”
Uma das vizinhas de G.S., que preferiu não se identificar, disse que o rapaz sempre apresentou comportamento estranho. "Ele é perturbado, tão estranho quanto esse Wellington", afirmou.
Segundo esta vizinha, toda a família do rapaz segue as Testemunhas de Jeová e por isso não falaria com ela, que é de outra religião.
Os investigadores do massacre na escola afirmaram que pretendem checar a veracidade das declarações até a próxima semana e passá-las à chefia da Polícia Civil, que dará continuidade ao processo.