domingo, 20 de março de 2011

ALEF: Unidade da igreja em Natal

Setembro de 2003. Dezenas de líderes evangélicos se reúnem na cidade de Natal no Seminário Teológico-Estratégico: Modos de enfrentamento da Pobreza em Natal. Após dois dias de intensas ministrações da Palavra de Deus e de estudo da realidade social da cidade ficava claro que a igreja evangélica precisava voltar seus olhos para a zona oeste da cidade, onde se concentravam os piores indicadores de injustiça, violência e exclusão social.
     Naquele momento os evangélicos de Natal começaram a ser despertados para o grande desafio missionário urbano representado pelo bairro de Felipe Camarão. No ano seguinte (2004), começou-se a fazer um levantamento da realidade social do bairro, que demonstrou a grande necessidade de se estabelecer ali um Programa de grande impacto. Mas ainda ficava a pergunta: como as igrejas deveriam atuar? Naquele mesmo ano, uma pesquisa divulgada pelo Serviço de Evangelização para a America Latina trazia um novo dado: aquela era também uma das regiões mais evangélicas da cidade, com 41 denominações. A pesquisa chamou a atenção de vários líderes das igrejas do bairro, que se reuniram para refletir sobre a contribuição que poderiam dar na transformação de Felipe Camarão.
     A pergunta a dar a tônica do evento era o porquê essas duas realidades (a combinação dos piores índices de desenvolvimento humano e maior concentração de igrejas) não se cruzarem durante anos, permanecendo isoladas e intactas, como se não coexistissem. Por que a forte presença da igreja não se traduz em transformações do contexto injusto em que está inserida? As perturbadoras constatações sobre a apatia das igrejas em relação aos alarmantes desafios sociais levaram os líderes a refletir sobre a necessidade de dar continuidade a este trabalho. 

      Em dezembro de 2005 a ALEF (Associação de Líderes Evangélicos de Felipe Camarão) foi oficialmente criada, com o objetivo de reunir as igrejas que atuam localmente para o desenvolvimento de programas focados na transformação da comunidade pelo vangelho integral. Hoje, já existem diversas outras denominações que surgiram depois de 2005, de modo que podemos dizer com bastante certeza que no atual momento existem pelo menos 70 denominações atuantes na comunidade!
      Presentes em todos os recantos das comunidades e favelas, mesmo os mais inóspitos, onde a realidade social enseja sua face mais cruel e os serviços públicos são ainda mais ausentes, as igrejas e líderes de Felipe Camarão aceitaram o desafio de implantar um grande programa conjunto de missões urbanas para transformar a região.
      Percebemos que o que Felipe Camarão precisava não era de mais igrejas.  Identificamos dois pontos fundamentais que deveriam ser centrais no nosso trabalho.
      Percebemos que
os motivos principais de dezenas de igrejas em um único bairro não estarem conseguindo causar impacto eram dois: a falta de unidade, e a visão missionária limitada.
      Cada igreja tinha se voltado para suas próprias atividades, não reservando espaço para trabalhar em conjunto com outras igrejas. Era necessário construir um esforço conjunto, baseado em projetos, ações e programas direcionados a provocar transformações que pudessem sinalizar na comunidade os valores do Reino de Deus e construir uma face pública relevante, que apresentasse contundentemente o evangelho para uma região que clamava por uma intervenção efetiva do corpo de Cristo.
     Por maior que seja, nenhuma denominação pode discipular sozinha toda uma região. Este trabalho é da igreja como um todo na região. Foi necessário repensar a eficácia de nossos modelos missiologicos, a fim de intervir de uma forma relevante na comunidade, com um entendimento da encarnação de Jesus, que em seu ministério ia por toda a parte "pregando, ensinando e fazendo o bem" (Mt 10.38).
     Não era preciso a priori plantar novas igrejas em Felipe Camarão, mas mobilizar e equipar as que já existiam para que, comprometidas com missões, entendendo que estas se baseiam não apenas em "ganhar almas", mas em discipular as nações, dicipular e servir a comunidade, sinalizando com a maior densidade possível, em obras e palavras (Lc 24.17), o Reino de Deus, que é justiça, paz e alegria no Espírito Santo!
     O resultado da ALEF é notável: no bairro foi criada não apenas uma organização, mas uma rede de igrejas, líderes (não apenas pastores, mas líderes de jovens, de mulheres, de missões...), que gerencia e executa um amplo programa de missões urbanas, nos oito eixos de atuação da entidade: discipulado e formação de líderes, educação, saúde, meio ambiente, construção da paz, desenvolvimento econômico, cultura e juventude.
     Desde a sua criação a vocação da ALEF foi promover a unidade e mobilizar, fortalecer e capacitar as lideranças e igrejas locais para a transformação através do alcance das vidas pelo evangelho integral.
     Atualmente, são duas mil famílias, três mil crianças, participando de cursos, projetos, oficinas, seminários, palestras e capacitações, coordenadas pela entidade, com parceiros. Através de parcerias com instituições internacionais e de outros estados, são realizadas oficinas de reciclagem, teatro, música e dança, projetos educativos, capacitações e palestras, atos públicos. Diversas igrejas montaram seus próprios projetos sociais e missionários motivadas pelo envolvimento com a ALEF. Como é o caso da Igreja Presbiteriana Independente de Felipe Camarão, que implantou uma escola no bairro: o Centro Presbiteriano Educacional Bethel, que se tornou uma das melhores escolas infantis de Felipe Camarão.
      Em 2009, cerca de 800 líderes participaram dos encontros, oficinas, seminários, cursos e atividades promovidas pela ALEF, como a oficina de lançamento do "Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social nas Igrejas de Felipe Camarão" (que inicialmente está formando setenta multiplicadores, entre pastores, líderes e agentes sociais cristãos para dar inicio ao projeto junto à comunidade), Seminários e cursos de missões urbanas para implantação de projetos de Desenvolvimento Comunitário pelas igrejas, ações permanentes de mentoria e discipulado para a liderança pastoral, formação de obreiros para atuar em favelas e contextos de extrema pobreza.
      Os líderes e obreiros participantes destes encontros acham espaço para não mais andarem sozinhos no ministério, compartilhando com outros os desafios de ação no bairro e recebem ferramentas para serem muito mais relevantes e eficazes no serviço do Reino. Em outubro de 2009, mais de duzentos pastores se reuniram em café da manhã promovido pela ALEF, a fim de debater a missão da igreja nas cidades, em especial nos bairros mais empobrecidos.
São muitos os desafios. ALEF é a sigla de ASSOCIAÇÃO DOS LÍDERES EVANGÉLICOS DE FELIPE CAMARÃO. Mas é também a primeira letra do alfabeto hebraico, e que corresponde ao "A" em português e "Alfa" em grego, e é o símbolo do começo de tudo, do princípio criador. A ALEF é o começo da revolução do Evangelho: foi para isso que Deus colocou tantas igrejas no mesmo lugar!

Pastor Iraniano prestes a enfrentar execução

    Pastor preso Youcef  Nadarkhani que recebeu a notificação de que será executado sob a acusação de "apostasia" - a conversão do islamismo para o cristianismo - e aguarda agora o veredicto final do tribunal.

    . O pastor Youcef Nadarkhani, líder da igreja em Rasht , no Irã , foi preso em 13 de outubro de 2009 por questionar a prática de educação islâmica de estudantes cristãos - incluindo seus próprios filhos - que obriga a leitura do Alcorão na escola. Sua execução, inicialmente prevista para 24 de outubro, foi adiada para uma data desconhecida pelas forças de segurança na esperança de que Youcef renunciasse a Cristo e voltasse ao islamismo. Uma vez que o veredicto final do tribunal é entregue, o pastor Youcef terá 20 dias para recorrer ao Supremo Tribunal Federal.

    . A esposa do pastor Youcef, Fatemeh Passandideh, foi presa em 08 de junho e sentenciada à prisão perpétua. No entanto, depois de uma apelação, ela foi liberada após uma audiência dia 11 de outubro. Embora sua esposa tenha sido absolvida, é improvável que seja concedido o mesmo ao marido pois a sua atividade cristã era mais proeminente e sua acusação mais grave.
Mas para Deus não existe nada improvável ou impossível!



    Pedidos de oração:

    Ore para que o pastor Youcef Nadarkhani encontre coragem e confiança no Senhor. Ore também para que se for a vontade de Deus, ele seja liberado e se não, que ele exemplifique a Cristo e dê glória a Deus em seu chamado para sofrer pelo nome de nosso Salvador.

    Ore pela esposa do pastor e seus dois filhos para que Deus sustente-os durante este período de grande provação. E que eles permaneçam firmes na fé e perseverem em face da tirania e da perda

     Ore pelos cristãos iranianos para que não sejam intimidados ou se cansem, mas compartilhem o Evangelho com coragem e procurarem orientação do Senhor e a graça diariamente.

Governo de SP anuncia fechamento de 96 delegacias

O governo de São Paulo deu início a um pacote de mudanças na estrutura da segurança pública no Estado que deve afetar praticamente todas as 645 cidades paulistas e a forma de trabalhar das duas polícias estaduais.
     A "reengenharia" do governo prevê o fechamento de delegacias nas cidades com menos de 10 mil habitantes e a aglutinação de distritos nas cidades de maior porte, o que inclui a capital.
     Nas cidades pequenas, 43% dos municípios paulistas, a PM vai registrar boletins de casos de menor gravidade -que dispensam ação imediata dos investigadores.
     Policiais civis que ficarão nas grandes cidades serão acionados quando houver crimes mais graves, como homicídios e flagrantes. A reestruturação prevê a criação de polos - como se fossem superdelegacias - para atender a população.
Com o fechamento de pelo menos 96 delegacias no interior, 279 cidades ficarão sem unidades da Polícia Civil. O governo quer completar as mudanças até o final do ano.
     "Há cidades que registram 80 ocorrências num ano", disse o delegado-geral, Marcos Carneiro Lima. "Isso não significa que elas deixarão de ser prestigiadas."
O plano incluiu a transferência do Detran para a Secretaria de Gestão Pública e a transferência de 1.349 policiais do órgão para a pasta da Segurança Pública.
     O objetivo do governo, é otimizar o emprego dos recursos públicos e melhorar a qualidade do serviço de seus 35 mil policiais civis.
     O governo iniciou a reestruturação em pelo menos 12 cidades. São João da Boa Vista, por exemplo, com 83 mil habitantes, ficará com apenas uma das seis delegacias existentes. Até agora, quatro já foram fechadas, inclusive a Delegacia da Mulher.

     REGISTRO INTEGRADO
     Dentro dessa "reengenharia", o policial militar passará a registrar ocorrências num sistema integrado que os delegados acessarão. Segundo o comandante da PM, coronel Álvaro Camilo, "num futuro próximo", todos os policiais militares registrarão BOs no carro oficial.

     O presidente do Sindicato dos Delegados, Jorge Melão, disse ser favorável à aglutinação. Para ele, a instalação de delegacias nunca havia atendido critérios técnicos. "Agora, sobre a falta de policiais, não resta outra alternativa a não ser contratar mais", disse.
     O governo agora tenta convencer lideranças políticas e a sociedade da importância dessas mudanças. "Vamos fazer um trabalho de convencimento e de conscientização. Todos vão ganhar", disse Carneiro.


Data: 20/3/2011
Fonte: Folha de SP

Pesquisadores associam construção antiga no Iraque à torre bíblica

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Fonte: Revista Isto É
     Um dos primeiros arranha-céus da história da humanidade é uma torre construída na Idade da Pedra Polida (9000 a.C. a 4500 a.C.), descoberta em 1952, em Jericó, na Palestina. Até janeiro deste ano era praticamente unanimidade no mundo arqueológico que aquela construção de 8,5 metros teria sido erguida para servir ao povo de proteção contra invasões e espaço de observação de astros e estrelas. Um artigo publicado pela dupla de pesquisadores Roy Liran e Ran Barkai, da Universidade de Tel Aviv, no mês passado, porém, acena para a possibilidade de que a edificação teria sido utilizada para prever catástrofes naturais – inundações, no caso – e abrigar os sacerdotes, na época os reis, contra elas. Essa nova luz lançada sobre a Torre de Jericó abriu uma discussão sobre a veracidade de uma passagem bíblica: a existência ou não da Torre de Babel.
     É consenso entre pesquisadores que a civilização começou na Mesopotâmia, hoje Iraque, na região conhecida como Crescente Fértil. Ali, teriam sido inventadas a roda, a escrita e a agricultura. Autor da teoria da revolução neolítica (a Idade da Pedra também é conhecida como Período Neolítico), o filólogo australiano especializado em arqueologia Vere Gordon Childe (1892-1957) afirma que essas transformações ocorreram por conta de profundas mudanças climáticas na Era Glacial que obrigaram o povo a migrar, vindo do Oriente, para aquela região entre os rios Tigre e Eufrates. Jericó seria uma espécie de neta da Mesopotâmia, para onde algumas pessoas migraram, fundando um dos assentamentos urbanos mais antigos da Terra fora do Crescente Fértil. Elas teriam chegado lá trazendo na memória um trauma de seus ascendentes, a catástrofe diluviana.
     Naquela época, seca, terremotos ou meteoros não amedrontavam a população, de acordo com o especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém Rodrigo Pereira da Silva. Uma grande inundação, um dilúvio, era a catástrofe que se temia. “Quando um povoado fundava novas civilizações, erguer uma torre era um procedimento-padrão. Além de funções religiosas, a construção servia para que se escapasse de novas inundações”, diz Silva. Atualmente, já foram encontradas 31 ruínas de torres na Mesopotâmia. A de Jericó é a única naquela cidade. E o muro em torno dela está estruturado como uma espécie de dique. “A fundação das cidades está diretamente ligada à construção de torres e ao medo de um dilúvio. Isso é claro na arqueologia”, reforça o especialista.
     A literatura bíblica relata que um grupo de pessoas vindo do Oriente habitou um vale em Sinar, hoje Iraque, e ergueu uma torre. Está em Gênesis capítulo 11 (leia quadro). Para punir a ousadia desses humanos que queriam tocar os céus, Deus fez com que eles falassem idiomas diferentes, tornando impossível a comunicação entre eles e os obrigando a migrar para outros lugares da Terra. Babel, em hebraico, significa confundir. A Torre de Babel, portanto, seria uma representação do episódio da confusão das línguas patrocinado por Deus. Um tablete de argila com escrita cuneiforme – um dos primeiros textos da humanidade, datado de 2500 a. C., encontrado no Iraque e traduzido em 1872 – traz um relato controvertido que parece ser um paralelo à história bíblica da Torre de Babel: “...seu coração se tornou mal... Babilônia submeteu os pequenos e os grandes. Ele (uma divindade) confundiu seus idiomas... o seu lugar forte, que por muitos dias eles edificaram, numa só noite ele trouxe abaixo.”
     Outro texto cuneiforme, produzido em cerca de 2200 a. C. e publicado em 1968, faz menção de uma época em que havia “harmonia de idiomas em toda Suméria” e os cidadãos “adoravam ao deus Enlil numa só língua... o deus Enki, senhor da abundância... e o líder dos deuses... mudou a linguagem na sua boca e trouxe confusão a eles. Até então, a linguagem dos homens era apenas uma.” A “Bíblia”, portanto, seria um elo entre a história da Torre de Jericó e as construções anteriores na Mesopotâmia. “Há elementos históricos para supor que algum tipo de dilúvio de proporções catastróficas ocorreu de fato, assim como uma Torre Babel”, diz o arqueólogo Silva, que leciona no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). “A história da “Bíblia” tem plausividade arqueológica e histórica.”
     Professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), André Chevitarese argumenta que a veracidade bíblica não se sustenta pela ciência, mas pela fé. Para ele, um especialista em história das religiões, o autor de Gênesis, diante da multiplicidade de línguas e com os olhos repletos de religiosidade, lançou mão de uma narrativa que passa pela realidade para entender o mundo que o cercava. “Não estou invalidando o discurso bíblico, mas prefiro seguir a linha de pensamento dos teólogos alemães da primeira metade do século XIX. Influenciados pelo racionalismo, eles acreditam que o dilúvio, a Torre de Babel, Caim e Abel, Adão e Eva são formas de exprimir um Deus agindo do ponto de vista literário.” O novo propósito atribuído à construção da Torre de Jericó pela dupla Liran e Barkai, da Universidade de Tel-Aviv, publicado na conceituada revista inglesa de arqueologia “Antiquity”, aproxima o contexto cultural com a Torre de Babel bíblica e abre espaço, se não para a certeza, para a possibilidade histórica de uma passagem das Sagradas Escrituras.

Data: 20/3/2011
Fonte: Isto É