segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A planta que o Pai não plantou

A planta que o Pai não plantou

A planta que o Pai não plantou é proveniente da semente corruptível de Adão. Esta semente não é sujeita a vontade de Deus. É uma semente de inimizade, e todos que dela são nascidos, não podem ver o reino de Deus "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser" ( Rm 8:7 ).  
Certa feita Jesus apresentou-se no templo em Nazaré e lhe deram o livro de Isaias. Quando Ele abriu o livro, achou o texto que dizia: "O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do SENHOR..." ( Lc 4:18 -19).
Foi quando Jesus anunciou ao povo: "Hoje se cumpriu esta Escritura em vosso ouvidos" ( Lc 4:21 ).
Quando Jesus esteve entre os homens. Deus esteve sobre Ele ( Jo 10:30 ). A missão de Jesus era trazer boas novas aos pobres de espírito ( Mt 5:3 ). Ele foi enviado para consolar os contritos de coração. Jesus apresentou-se como liberdade para os cativos do pecado. Aos cegos Jesus é a Luz. Os oprimidos pelo pecado encontram liberdade em Cristo. Jesus inaugurou o tempo (ano) em que os homens são aceitáveis diante de Deus ( 2Co 6:2 ).
Isaias profetizou que, após Jesus desempenhar a sua missão, os homens seriam chamados de árvores de justiça, plantação do Senhor, para que Deus fosse glorificado.
Através da obra realizada por Cristo os homens seriam chamados plantação de justiça, ou seja, "plantas que o Pai plantou".
A palavra de Deus (evangelho) é a semente que dá origem às 'árvores de justiça' "Esta é, pois, a parábola: A semente é a palavra de Deus" ( Lc 8:11 ). As plantas que o Pai plantou tem origem na semente incorruptível, que é a palavra de Deus ( 1Pe 1:23 ).
Cristo é o semeador e todos aqueles que anunciam as boas novas do evangelho "O que semeia, semeia a palavra" ( Mc 4:14 ). Mas, para semear a palavra é preciso ser nascido da vontade de Deus. É preciso receber poder para ser feito filho de Deus ( Jo 1:12 -13).
Não há como anunciar a palavra do evangelho se o homem não é nascido dela. Ou seja, só é possível ao homem produzir o fruto dos lábios que professam a Cristo após ele ser gerado da palavra.
É por isso que o evangelho é poder de Deus para todo aquele que crê ( 1Co 1:18 ; 1Co 2:5 ; Rm 1:16 ). O evangelho é poder proveniente de Deus que concede vida aos homens.
Jesus veio '...restaurar a vista aos cegos...', porém, os fariseus e escribas acreditavam que tinham perfeita visão acerca das coisas celestiais. A missão, a que Jesus veio realizar, não foi operada naqueles que acreditavam possuir uma perfeita visão "E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos. E aqueles dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos? Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece" ( Jo 9:39 -41).
Jesus veio para os doentes, mas os religiosos acreditavam que eram são "E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento" ( Mc 2:17 ).
Mas, por que os fariseus e escribas consideravam que eram são? Porque eles acreditavam que eram filhos de Deus por serem descendentes de Abraão "Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus" ( Jo 8:41 ).
Os fariseus e escribas estavam corretos? Eles eram filhos de Deus por serem descendentes de Abraão? Não! Os filhos de Deus têm origem na mesma fé que teve o crente Abraão, e não na semente corruptível da descendência do patriarca "De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão" ( Gl 3:9 ).
Para o homem ser bendito com o crente Abraão, ou seja, filhos do Altíssimo, é preciso crer na palavra de Deus como Abraão creu, e isto lhe será imputado por justiça. Deus não faz acepção de pessoas, e todos os que crêem conforme creu Abraão são justificados pela sua maravilhosa graça.
Quando Abraão creu em Deus ele tornou-se árvore de justiça, planta que o Senhor plantou (justificado). Porém, os seus descendentes carnais não alcançaram a mesma condição diante de Deus.
Ser filho de Abraão é praticar as obras de Abraão, ou seja, crer na palavra de Deus. É receber a semente incorruptível no coração. Está é a obra de Deus: crer naquele que Ele enviou ( Jo 8:39 ; Jo 6:29 ). Abraão executou as obras de Deus porque creu em Deus, mas os seus descendentes confiados na carne, ou seja, em sua origem, não criam naquele que Deus enviou, e, portanto, não creram em Deus.
Os fariseus e escribas eram descendentes de Abraão ( Jo 8:37 ), mas, não eram filhos de Deus. Eles pensavam que bastava professar serem descendentes de Abraão para alcançar a filiação divina ( Mt 3:9 ).
Os fariseus e escribas não eram plantas plantadas por Deus (não criam em Cristo), e seriam arrancados (passíveis do juízo de Deus) "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus" ( Jo 3:18 ).
Sabemos que aqueles que não crêem em Cristo são plantas não plantadas pelo Pai, e aqueles que crêem são árvores de justiça, plantas pertencentes ao Pai.
Mas, quando e onde os homens ímpios foram plantados, visto que, todos os homens são plantas?
Os judeus consideravam que eram filhos de Deus por serem descendentes na carne de Abraão. Esqueceram que Abraão recebeu a filiação divina quando creu em Deus, e isto lhe foi imputado por justiça.
Embora os judeus fossem descendentes segundo a carne de Abraão, todavia, continuavam sendo filhos de Adão, pois a filiação divina só é possível através da fé.
Ou seja, todos os homens nascidos em Adão são plantas que o Pai não plantou. Não são árvores de justiça, e, portanto, não é plantação do Senhor!
Abraão era descendente de Adão segundo a carne, e gerava filhos carnais. Os seus descendentes eram concebidos em pecado, da mesma forma que todos os homens são concebidos "Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe" ( Sl 51:5 ).
Por meio da fé Abraão tornou-se uma planta que o Pai plantou, pois ele foi justificado por Deus. Mas, os seus descendentes continuaram a ser gerados segundo a carne de Abraão, o que remete a Adão.
Embora Abraão tenha alcançado a condição de homem espiritual por confiar na promessa de Deus, contudo, ele continuava a gerar filhos segundo a carne, participantes da semente corruptível de Adão.
Somente os nascidos de Deus são criados homens espirituais. Abraão era filho de Deus pela fé, e somente os que crêem em Deus conforme o crente Abraão são gerados d'Ele.
A humanidade é uma plantação proveniente de uma semente corruptível (que não permanecerá para sempre), a semente de Adão. Todos os homens que vem ao mundo são plantas que o Pai não plantou, e é por isso que a bíblia diz que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.
Por nascerem da vontade da carne, da vontade do varão e do sangue, os homens vêm ao mundo sob condenação. Somente após nascerem de novo, segundo a vontade de Deus (Espírito), e da semente incorruptível (água) o homem torna-se plantação do Senhor.
"E todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado" ( Is 60:21 ).
Para nascer de novo é preciso ser plantado por Deus (renovo por mim plantados). A nova criatura gerada em Cristo é obra exclusiva das mãos de Deus. Não há como o homem participar ativamente do novo nascimento, pois está glória somente a Deus pertence.
Para que o homem seja plantado pelo Pai é preciso crer na palavra de Deus que diz: "Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro" ( Is 45:22 ). Aquele que olha para o autor e consumador da fé é porque creu que somente Deus pode salvá-lo.
Quem não crê no unigênito Filho de Deus deixa de olhar, e sofrerá as conseqüências do pecado da mesma forma que os picados pelas serpentes no deserto que não olhassem (cressem) para a serpente de metal sofreriam.
A planta que o Pai não plantou é proveniente da semente corruptível de Adão. Esta semente não é sujeita a vontade de Deus. É uma semente de inimizade, e todos que dela são nascidos, não podem ver o reino de Deus "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser" ( Rm 8:7 ).
As plantas que não foram plantadas por Deus serão arrancadas, pois não subsistirá ao juízo "Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos" ( Sl 1:5 ).
Sobre este aspecto vaticinou João Batista: "E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo" ( Mt 3:10 ).
Enquanto os fariseus e escribas continuassem professando que eram filhos de Deus por serem descendentes de Abraão estaria produzindo um mau fruto, o que indicava que Eles não eram plantas que o Pai plantou e sujeitos da ira de Deus.
Somente as árvores que produzem bons frutos, ou seja, que professam a proximidade do reino dos céus (a Cristo) permanecerá para sempre. Não serão cortadas, pois Deus mesmo as plantou, e serão para sempre obras das mãos de Deus. Renovos (plantas) plantados por Deus.
 
Hilário Manoel Messias
 

Geração eleita

Geração eleita

O evangelho é água limpa que lava o homem da imundície da geração segundo a carne, o sangue e a vontade do varão ( Jo 1:12 ; Pv 30:12 ). Através do evangelho ocorre a regeneração, ou o novo nascimento, que limpa o homem da imundície da primeira geração. Somente através desta renovação operada por Deus (novo coração e um novo espírito) é que o homem torna-se eleito de Deus, pois passa a fazer parte da nova geração, a geração eleita.
"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" ( 1Pe 2:9 )
Desde a reforma, a doutrina da eleição é apresentada por alguns como sendo um mistério, e por outros, resume-se somente em controvérsias.
Mas, ao escrever aos cristãos da dispersão, o apóstolo Pedro os nomeou de ‘geração eleita’, o que nos lança luz aos mistérios e dissolve as controvérsias.
Geralmente os teóricos pensam a eleição como sendo uma escolha de Deus que recai sobre indivíduos e, deixam de considerar no que consiste a geração. Mas, o apóstolo Pedro enfatiza que os cristãos são a geração eleita, o que invalida a ideia que Deus tenha escolhido ou rejeitado, sem critério plausível, indivíduos em particular.
Segundo as teorias que tentam explicar a eleição, com principal destaque as teorias calvinistas e arminianistas, Deus elege alguns indivíduos para serem salvos antes mesmos que eles viessem a existir. Tais teorias descartam totalmente o exposto pelo apóstolo Pedro que dá ênfase à geração (substantivo), pois sem a existência de uma geração específica não existem eleitos.
A exposição paulina de que primeiro é a geração dos homens naturais e, depois a dos espirituais, também é descartada pelos calvinistas e arminianistas ( 1Co 15:46 ), do mesmo modo que não se leva em conta que os nascidos da carne é carne, e os nascidos do Espírito é espírito.
Embora haja divergência doutrinária entre estes dois pensamentos, calvinismo e arminianismo, de que a eleição se dá pela soberania ou pela presciência de Deus, certo é que ambos os posicionamentos entendem que Deus elege indivíduos para serem salvos.
Como Deus escolheu alguns para serem salvos antes mesmo de nascerem, se todos pecaram? Quem Deus escolheria para a salvação se todos são concebidos em pecado? Qual é a base desta escolha?  
Ao tratarem da eleição, ambos os posicionamentos esquecem que a bíblia apresenta dois tipos de nascimentos e dois tipos de gerações, pois considerar que Deus escolhe algumas pessoas para serem salvas e outras não, depõe contra a graça de Deus e o propósito do evangelho "Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade" ( 1Tm 2:4 ). 
No modelo que tomou forma e robustez no período da reforma com nomes como Lutero, Calvino, Armínio, Zuínglio, Spurgeon, Owen, etc., e influenciou escritores contemporâneos, vê-se que consideraram que a existência do homem restringe-se a um único nascimento: o nascimento segundo a carne de Adão. E se esquecem de considerar que a bíblia apresenta o novo nascimento que dá origem à geração eleita.
Existe a semente corruptível proveniente da semente de Adão, e a semente incorruptível, que é a palavra de Deus. Assim como há duas sementes, conseqüentemente, há duas gerações. Quando o salmista diz: "Uma semente o servirá; será declarada ao Senhor a cada geração" ( Sl 22:30 ), ele aponta para uma semente específica, a semente incorruptível, que traz a existência homens que servem a Deus, diferente da semente de Adão, que está em inimizade com Deus ( 1Pe 1:23 ).
Da semente incorruptível surge a geração dos filhos de Deus, daqueles que buscam a face do Deus de Jacó "Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó" ( Sl 24:6 ), porém, da semente corruptível de Adão surge somente a geração dos ímpios, cujo machado já está posto à raiz deles "Porque o SENHOR ama o juízo e não desampara os seus santos; eles são preservados para sempre; mas a semente dos ímpios será desarraigada" ( Sl 37:28 ; Mt 3:10 ).
A geração de Adão, que é proveniente da semente corruptível não é a geração eleita. Dos filhos de Adão não há um que busque a Deus, nem se que um ( Sl 14:3 ; Sl 53:3 ). Não há quem faça o bem. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos. O mais reto é um espinho e o mais justo como uma sebe de espinhos ( Mq 7:4 ). Erram e proferem mentiras desde que nascem ( Sl 58:3 ).
A geração segundo a vontade da carne, do sangue e a vontade do varão produz homens naturais, que foram rejeitados por Deus, visto que juntamente se tornarem imundos. Porém, a geração segundo a vontade de Deus produz homens espirituais, que são eleitos de Deus por causa do Descendente que é Cristo. Por quem todas as famílias da terra seriam bem-aventuradas.
Deus não escolheu ninguém dentre os filhos de Adão para salvação. Por quê? Porque da semente de Adão todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Porque a lei de Deus é irrevogável: a alma que pecar esta morrerá! Como todos pecaram, todos morreram, ou seja, estão mortos em delitos e pecados, o que impede que sejam eleitos por Deus ( Ef 2:1 ).
Somente fazendo parte de uma nova geração é possível herdar a vida eterna e ser eleito de Deus "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre" ( 1Pe 1:23 ). É por isso que Jesus apresentou a Nicodemos a necessidade de nascer de novo ( Jo 3:3 ).
Ou seja, o homem não é eleito para nascer de novo, antes nasce de novo através da semente incorruptível e, após a regeneração, torna-se membro da geração eleita, o que o torna eleito de Deus.
Haveria como alguém morto em delitos e pecados ser eleito de Deus? Não! É por isso que apareceu a benignidade e amor de Deus, segundo a sua misericórdia, salvando os homens pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo ( Tt 3:5 ). Observe bem: Deus salva pela lavagem da regeneração e renovação do Espírito, e não através da eleição, como alguns dizem.
O evangelho é água limpa que lava o homem da imundície da geração segundo a carne, o sangue e a vontade do varão ( Jo 1:12 ; Pv 30:12 ). Através do evangelho ocorre a regeneração, ou o novo nascimento, que limpa o homem da imundície da primeira geração. Somente através desta renovação operada por Deus (novo coração e um novo espírito) é que o homem torna-se eleito de Deus, pois passa a fazer parte da nova geração, a geração eleita.
Ora, como a geração de Adão foi rejeitada, pois todos juntamente se fizeram imundos, Deus, através da sua misericórdia, não por obras de justiça que houvéssemos feito, mas pelo seu grande e infinito amor nos elegeu em Cristo, o último Adão, pois Ele é a cabeça da geração eleita. Cristo é o eleito de Deus antes da fundação do mundo, e todos os gerados de d’Ele fazem parte da geração eleita, ou seja, foram escolhidos para serem santos e irrepreensíveis ( Ef 1:4 ; 1Pe 1:20 ).
Como é possível Deus ter escolhido os cristãos antes da fundação do mundo? Simples! Assim como Cristo é o eleito de Deus, Deus escolheu a geração de Cristo, o último Adão, para ser santa e irrepreensível.  Todos os que dele são nascidos (gerados) são eleitos de Deus. Por conseguinte, Deus não escolheu indivíduos em particular, antes elegeu a geração de Cristo.
A geração dos filhos de Deus, através da semente incorruptível, que é a palavra de Deus, foi eleita por Deus desde os tempos imemoriais para ser santa e irrepreensível diante d’Ele, condição totalmente diferente da dos filhos de Adão: inimigos e imundos "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre" ( 1Pe 1:23 ). 
Deus se agradou do seu Filho, pois Cristo lhe é aprazível, e escolheu a sua geração, pois a geração de Adão tornou-se imunda. Cristo é o eleito de Deus, em quem a Sua alma compraz, sendo concedido por Deus por aliança e luz para os gentios ( Is 42:1 e 6). Deste modo Deus transformou trevas em luz e endireitou o que é tortuoso ( Is 42:16 ). Através da nova geração os filhos das trevas tornam-se filhos da luz, e todos quantos foram transportados das trevas para a luz (salvos) são eleitos de Deus.
Com relação à geração de Adão é certo que, quando morrem seguem ao juízo de obras, pois estão condenados em decorrência da desobediência de Adão. É certo também que, dentre os gerados de Adão, todos os que creem no evangelho são julgados e morrem com Cristo, pois são batizados na sua morte.
Deste modo, não há como Deus escolher da semente de Adão alguém para ser salvo, visto que:
a) se creem, morrem com Cristo para depois ressurgirem em uma nova criatura, e;
b) se não creem, seguem para a perdição.
Portanto, Deus não escolhe dentre a semente de Adão ninguém para ser salvo.
Então, quem Deus escolheu? Todos aqueles gerados da semente incorruptível são os eleitos, pois esta é a geração do Senhor, a geração eleita.  É a geração eleita, escolhida, separada para ser santa e irrepreensível!
Deus escolheu Cristo e a Sua geração! Cristo é a pedra eleita e preciosa "Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido" ( 1Pe 2:6 ). Como o último Adão é a pedra viva, eleita e preciosa, os cristãos também são pedras vivas, de igual modo, eleitos e preciosos para Deus ( 1Pe 2:4 e 5).
As teorias, calvinista e a arminianista, consideram que os eleitos são indivíduos que Deus escolheu para serem salvos, ou pela sua soberania ou pela sua presciência. Em tais posicionamentos os salvos nunca pertenceram ao conjunto dos perdidos, pois cada indivíduo foi eleito ou rejeitado (soberanamente ou prescientemente) antes da fundação do mundo.
O que a bíblia demonstra é a existência de duas gerações. Há a geração dos perdidos, pessoas geradas segundo a vontade da carne, a vontade do varão e do sangue, onde ninguém é eleito, pois diz de indivíduos que juntamente se extraviaram e destituídos estão da glória de Deus ( Rm 3:12 ; Rm 3:23 ). E há a geração dos salvos, que são pessoas geradas de novo segundo a vontade de Deus ( Jo 1:12 -13), que anteriormente pertenciam à geração dos perdidos.
Não há como pertencer à geração dos salvos sem antes pertencer à geração dos perdidos, visto que, primeiro é o carnal, para depois vir o espiritual. É neste ponto que Deus obra maravilhosamente, pois Ele utiliza a mesma ‘massa’ (perdidos) e faz um novo homem ( Rm 9:21 ), criação divina que tornam os de novo gerados eleitos de Deus, pois são irmãos de Cristo, o primogênito entre muitos irmãos.
A bíblia demonstra que, através de Cristo, o unigênito eleito, Deus traz à existência novos homens, nascidos da sua vontade e segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, para que Ele seja o primogênito dentre muitos irmãos ( Rm 8:29 ; Hb 2:10 ). Após morrer e ser sepultado com Cristo, Deus utiliza a mesma massa (barro) para fazer vasos para honra. Todos que morrem, ressurgem com Cristo: são de novo gerados, pois lhes é concedido um novo coração e um novo espírito. São novas criaturas por estarem em Cristo e, por tudo tornar-se novo (novo coração e novo espírito) são eleitos de Deus ( 2Co 5:17 ; Sl 51:10 ; Ez 36:26 ; Is 57:15 ).
O mistério da eleição resume-se na geração. É por isso que o apóstolo Pedro diz que os cristãos da dispersão eram eleitos: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas” ( 1Pe 1:2 ). Por que os cristãos são eleitos segundo a presciência? A presciência diz do Descendente e, por conseguinte, dos seus descendentes. Assim como a morte reinaria entre os homens, de ante mão Deus previu o triunfo de Cristo na cruz, o que O tornou precursor da nova geração, pois somente Ele conduziria muitos filhos a Deus ( Hb 2:10 ).
De ante mão (antes de vir a existência) Deus elegeu a descendência do último Adão, ou seja, a descendência do Descendente. Tal descendência diz de todos os que creem no evangelho, o que os torna santos e irrepreensíveis diante d’Ele ( Ef 1:4 ).
Ciente desta eleição, o apóstolo Pedro bendiz a Deus: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós” ( 1Pe 1:2 -3). O apóstolo Pedro explica que, pela ressurreição de Jesus dentre os mortos, Deus novamente gerou homens na condição de filhos de Deus ( Ef 1:19 -20).
E como se dá esta nova geração? Deus purificou os homens mediante a obediência à verdade “Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade...” ( 1Pe 1:22 ). Tal purificação foi retratada por Ezequiel: “Então aspergirei (Espírito) água pura (obediência à verdade) sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo...” ( Ez 36:25 -26 ; Jo 15:3 ).
É certo que o homem já foi gerado uma vez, sendo da semente que o Pai não plantou ( Mt 15:13 ). Agora, por intermédio de Cristo, o último Adão, os homens são novamente gerados pela palavra de Deus, que é Cristo, o Verbo encarnado “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” ( 1Pe 1:23 ).
Como os cristãos se achegaram a Cristo, a Pedra Viva, eleita e preciosa, agora também são pedras vivas, pois são casa espiritual e sacerdócio santo ( 1Pe 2:5 ). Agora, por terem sido gerados de novo, os cristãos são a geração eleita. Observe a diferença: antes não eram povo, ou seja, não eram escolhidos, agora são povo de Deus, pois são a geração eleita.
É por isso que ao escrever a segunda epístola, o apóstolo Pedro recomenda aos cristãos que, pelas grandíssimas e preciosas promessas do evangelho, tornaram-se participantes da natureza divina ( 2Pe 1:4 ), acrescente a fé à virtude, e à virtude a ciência, etc. Por que? Para não se tornarem ociosos ( 2Pe 1:8 ). Neste diapasão, o cristão torna mais firme o seu chamamento e eleição, o que evita de tropeçar nalguma coisa ( 2Pe 1:10 ; Tg 3:2 ).
Se a eleição é para salvação, não há que se falar em torná-la mais firme. Mas, se a eleição é condição conferida pela geração a que o novo homem pertence, quando o mesmo se aplica a mensagem do seu chamamento (evangelho=vocação), o cristão fica mais firme, ou seja, livre de coxear entre dois pensamentos e da ação dos falsos mestres. Qualquer que assim age, será concedida entrada ampla nos céus! ( 2Pe 2:11 ), o que não condiz com o pressuposto da doutrina calvinista e arminianista da eleição, de que a salvação é para alguns escolhidos não importando se atendem ou não ao chamado.
O apóstolo Paulo demonstrou que a eleição de Israel decorre dos pais: Abraão, Isaque e Jacó ( Rm 11:28 ), diferente da eleição de alguns remanescentes judeus que se tornaram cristãos, que é a eleição proveniente da graça ( Rm 11:5 ). O que vem a ser a eleição da graça?
Por causa do patriarca Abraão, os seus descendentes eram eleitos a pertencerem à nação de Israel ( Dt 10:15 ; Is 41:8 ). Mas, a promessa de bem-aventurança não se resumia a eleição dos pais, antes diz da eleição do Descendente, do qual só é participante os que d’Ele são gerados. Portanto, a eleição tem relação com a geração: houve a eleição segundo os pais, e há a eleição segundo o descendente, que é Cristo ( Is 65:9 ). Em ambos os casos, para ser eleito é necessário ser descendente, uma questão ligada à geração.
Ao escrever aos cristãos em Éfeso, o apóstolo Paulo escreve a santos e fiéis, ou seja, pessoas que já eram pertencentes à família de Deus pelo evangelho de Cristo ( Ef 2:19 ), condição que remete ao fato de terem sido gerados de Deus ( Ef 5:8 ). Neste verso: "Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor" ( Ef 1:4 ), não se pode concluir como os calvinistas e arminianistas que Deus elegeu cada cristão individualmente para serem salvos, antes deve considerar que todos os cristãos (nos) foram eleitos (elegeu) em Cristo antes da fundação do mundo por descenderem d’Ele. De quem forma?
Antes da fundação do mundo Deus escolheu a descendência de Cristo para ser santa e irrepreensível diante d’Ele. O apóstolo Paulo faz referência a um evento que tem no seu escopo o fato de os cristãos serem descendentes de Cristo, porque foram criados de novo ( Ef 2:10 ), tendo Cristo como a pedra de esquina e, os cristãos edificados sobre Ele como templo santo ( Ef 2:20 -22), o mesmo conceito exposto pelo apóstolo Pedro ( Ex 19:5 -6).
Na eternidade Deus elegeu a descendência do Descendente, sendo assim, o apóstolo Paulo utilizou o verbo eleger no passado ‘elegeu’ para demonstrar a atual condição dos cristãos: eleitos de Deus ( Ef 1:3 ).
Ao escrever aos Filipenses, o apóstolo Paulo faz uma distinção clara entre a condição pertinente à geração dos filhos de Deus e a geração deste mundo "Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo" ( Fl 2:15 ).
Cristo nomeia a geração dos escribas e fariseus de uma geração má e adultera "Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém, não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas" ( Mt 12:39 ; Sl 78:8 ), mas esta característica não era próprio aos fariseus à época de Cristo, antes diz da geração dos ímpios.
Desde quando peregrinaram por quarenta anos no deserto até Cristo, Deus protesta contra a geração de Israel, que se constitui em um povo que erra de coração, pois não tem conhecido os caminhos do Senhor ( Sl 95:10 ). Várias ‘gerações’ se passaram, porém Deus protesta contra uma mesma geração que teve origem na desobediência de Adão ( Is 43:27 ). Por causa de Adão eram maus e adúlteros, porém, confiavam de si mesmos que eram geração de Abraão.
Mas, a promessa de Deus diz da geração de Cristo, que é semente poderosa na terra “A sua semente será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada" ( Sl 112:2). A geração de Cristo é plantação do Senhor, árvores de Justiça ( Is 61:3 ).
Esta promessa não era para a geração de Adão, mas para a geração futura, do povo que se havia de criar para louvor da glória de Deus "Isto se escreverá para a geração futura; e o povo que se criar louvará ao SENHOR" (Sl 102:18 ; Is 61:3 ; Ef 4:24 e Ef 1:12 ).
Tudo que é concernente a eleição é proveniente da seguinte promessa: “Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração” ( Sl 89:3 ; Ef 2:12 ).
Assim como a bíblia apresenta duas portas, dois caminhos, duas sementes, dois vasos, dois servos, apresenta também duas gerações, sendo a geração de Adão rejeitada, e a geração de Cristo a eleita, pois tal qual Ele é são os que creem aqui neste mundo: eleitos de Deus, a geração do Senhor! ( 1Jo 4:17 ; Sl 24:6 e Sl 15:1 ; 1Co 15:48 ).
Somente uma semente, a palavra de Deus, traz a existência uma nova geração eleita do Senhor "Uma semente o servirá; será declarada ao Senhor a cada geração" ( Sl 22:30 ), eleição que os tornam santos "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade" ( Cl 3:12 ).

O Fardo e o Jugo de Jesus

O Fardo e o Jugo de Jesus

Quem ensinou a carregar fardos pesados para fugir da ira divina? É preciso aos cansados e oprimidos arrependerem-se, ou seja, mudar o entendimento quanto a salvação, pois o ensinamento dos escribas e fariseus não livra da ira futura. Primeiro é preciso tomar sobre si o jugo de Jesus, e então o homem estará apto a levar o fardo de Jesus, que é conforme o seu ensino. 
Jesus deixa claro que somente o seu jugo traz alivio e descanso aos cansados e oprimidos.
Somente aqueles que, diante da mensagem de Jesus reconhecem que estão cansados e oprimidos e aceitam a sua oferta, obterão alivio "Vinde a mim (...) Tomai sobre vós..." ( Mt 11:28 -29). Serão aliviados todos quantos 'tomarem sobre si' o jugo de Jesus, ou seja, todos que se sujeitarem (submeterem) ao senhorio de Jesus.
Todos os homens estavam sob o 'jugo' do pecado por serem descendentes de Adão, uma vez que todos nasceram em sujeição ao pecado Sl 51: 5. É por isso que Paulo disse: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" ( Rm 3:23 ).
A condição de sujeição ao pecado é proveniente da queda de Adão, pois o pecado entrou no mundo por causa dele ( Rm 5:12 ). De igual modo, somente através de Jesus Cristo (último Adão) é possível os homens receberem o dom da justiça ( Rm 5:17 ).
Cristo (último Adão) liberta o homem da condição de sujeição ao pecado, pois todos que aceitam o convite por fé (vinde a mim) recebem poder para serem de novo criados filhos de Deus, ou seja, em sujeição a Deus ( Jo 1:12 ).
Paulo orienta os cristãos para continuarem firmes na nova condição adquirida por estarem 'em Cristo' (aquele que está 'em Cristo' nova criatura é), não voltando a  submeterem-se à servidão do pecado, na condição de filhos da ira e da desobediência em Adão "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão" ( Gl 5:1 ).
O jugo de Jesus é 'suave' porque não envolve trabalho "Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados" ( 1Jo 5:3 ). O amor de Deus revelado aos homens é Cristo, e os homens precisam crer nele, pois este é o mandamento de Deus ( Jo 6:29 ).
Ora, crer em Cristo não demanda esforço da parte do homem, pois é Deus quem trabalha para que a confiança do homem esteja nele "Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera" ( Is 64:4 ).
O jugo da servidão ao pecado proveniente da queda de Adão é um 'peso', pois promove cansaço e opressão. Para os filhos da ira não há descanso! Para os filhos da desobediência de Adão não há liberdade! Todos eles nasceram em sujeição ao pecado e 'vivem' para o mundo sob a pena que lhes foi imposta: a morte "E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão" ( Hb 2:15 ).
Somente aqueles que estavam sujeitos ao jugo do pecado e sentiram medo da condenação (morte), e creram que a morte de Cristo pode aniquilar quem tinham o império da condenação, o diabo, entraram para o descanso prometido por Deus ( Hb 2:14 ).
Perceba que há dois jugos: um jugo proveniente da desobediência de Adão, e outro jugo proveniente da obediência de Cristo "Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos" ( Rm 5:19 ).
Em Adão e em Cristo há dois jugos que a humanidade submetem-se: "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?" ( Rm 6:16 ), o que não pode ser confundido com fardo.
A sujeição a Cristo, ou o 'tomar o jugo de Cristo' e o mesmo que 'obediência da fé', uma vez que o convite: "Vinde a mim...", é uma das maneira de Cristo manifestar-se aos homens conforme a escritura dos profetas ( Is 55:1 -3). Ele anunciou o mandamento de Deus a todas as nações que é: 'creiam naquele que Ele enviou' de várias maneiras "Mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé" ( Rm 16:26 ).
Conceituamos o que é jugo, agora resta saber o que é fardo.
A resposta encontra-se neste verso: "Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los" ( Mt 23:4 ).
Jesus ensinou os seus discípulos e a multidão que a doutrina dos que se assentavam no lugar de Moisés (escribas e fariseus) consistia somente em mandamentos e regras 'pesadas' que nem mesmo os seus idealizadores cumpriam ( Mt 23:2 e 4).
Os escribas e fariseus estavam enfatuados quando ensinavam a lei e os profetas, conforme protestou Isaias: "Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído" ( Is 29:13 ).
Os lideres de Israel não compreendiam a mensagem da Lei "...andam errados na visão e tropeçam no juízo" ( Is 28:7 ), e por isso, não havia nada bom em suas mesas. O alimento que eles serviam ao povo era vômitos e imundícia, ou seja, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra (v. 10).
Por causa do erro dos lideres de Israel Deus anunciou, por intermédio de Isaias, que haveria de falar ao povo de Israel através de uma outra língua (à época de Cristo foi utilizado o grego), e lhes seria dito: Este é o descanso e este é o refrigério! Porém, os lideres de Israel não quiseram dar crédito, e tropeçaram na Pedra de Esquina ( Is 28:14 e 16).
O ensinamento dos escribas e fariseus consistia somente em mandamentos e regras de homens, ou seja, era um fardo pesado. Impunham sacrifícios que trazia somente peso "Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir. Assim, pois, a palavra do SENHOR lhes será mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem e se enlacem, e sejam presos" ( Is 28:12 -13).
Jesus recomenda aos seus ouvintes a fazerem tudo o que os escribas e fariseus diziam, porém, não era para procederem conforme as suas obras.
Por que não era recomendável proceder em conformidade com as obras dos escribas e fariseus? Por que as suas ações tinha por base somente regras e mandamentos que não trazem refrigério, antes, as regras e os mandamentos eram somente 'fardos pesados' e difíceis de suportar que os deixava enlaçados e presos.
Embora eles anunciassem as palavras da lei, negligenciavam o mais importante da lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Liam as escrituras, mas os seus corações estavam distantes de Deus "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" ( Jo 5:39 ).
O convite de Jesus é universal: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos..." Mt 11: 28; "...ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado..." ( Is 28:12 ). Embora Jesus estivesse falando especificamente a judeus, ele anunciou estas palavras em outra língua: o grego (koinê) "Pelo que por lábios estrangeiros e por língua estranha Deus falará a este povo" ( Is 28:11 ). Estudiosos confirmam que, embora Jesus tenha falado em aramaico com os seus discípulos, o seu ensino público foi realizado predominantemente em grego comum.
O fardo de Jesus contrastado com o fardo dos homens é leve! Após crer na mensagem do evangelho, cumprindo o mandamento de Deus que é: crede naquele que Ele enviou, os servos da justiça devem amar uns aos outros, segundo o seu mandamento, e não conforme o mandamento da lei "E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento" ( 1Jo 3:23 ).
Qualquer 'fardo' que não seja segundo o mandamento de Deus, que é crer em seu Filho, não tem valor diante de Deus. Amar uns aos outros só tem valor diante de Deus para aqueles que tomaram o jugo (sujeitaram-se) de Cristo.
Para levar o fardo de Jesus, os seus ouvintes precisam abandonar o fardo pesado que os homens lhes impõe através de preceitos. O que isto significa? Que é preciso ao homem abandonar os conceitos que lhe foi ensinado pelos homens (arrependimento) "E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?" ( Mt 3:7 ).
Quem ensinou a carregar fardos pesados para fugir da ira divina? É preciso aos cansados e oprimidos arrependerem-se, ou seja, mudar o entendimento quanto a salvação, pois o ensinamento dos escribas e fariseus não livra da ira futura.
Primeiro é preciso tomar sobre si o jugo de Jesus, e então o homem estará apto a levar o fardo de Jesus, que é conforme o seu ensino.
O alívio está em tomar o jugo de Jesus, pois os seus mandamentos não são penosos "Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados" ( 1Jo 5:3 ). O jugo é suave e o fardo é leve, deforma que todos que lhe obedecem (tomam sobre si o jugo) encontram descanso e alívio para as suas almas, e o seu ensino não trás peso algum (leve).
Os escribas e fariseus viviam em sujeição ao pecado e carregavam um fardo pesado, mas os que se sujeitam a Cristo, além de encontrarem descanso, passam a carregar um fardo leve. Tanto os servos do pecado quanto os servos da justiça carregam um fardo, porém, a distinção está no peso dos fardos.
Os homem impõem muitos mandamentos e regras (fardo pesado), porém, o fardo dos que submetem-se a Cristo é: amai uns aos outros, pois este é o julgo daqueles que andam segundo a lei da liberdade "E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento" ( 1Jo 3:23 ).
O homem livra-se da sujeição ao pecado quando "crê naquele que Deus enviou" "E a sua palavra não permanece em vós, porque naquele que ele enviou não credes vós" ( Jo 5:38 ). A obediência a Cristo consiste em crer na palavra do evangelho, e não em seguir regras e ordenanças de relações humanas e interpessoais "Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro" ( 1Pe 1:22 ).
Aqueles que aprenderem de Jesus compreendem o que significa misericórdia: "Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos" ( Os 6:6 ). Os escribas e fariseus diziam observar a lei, porém, negligenciavam o mais importante: a misericórdia, a justiça e a fé ( Mt 23:23 ) "Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento" ( Mt 9:13 ).
Quando Jesus chama: "Vinde a mim, todos os que estais casados e oprimidos,e eu vos aliviarei" ( Mt 11:28 ), ele esta chamando os pecadores ao arrependimento ( Mt 9:13 ). Ele quer ensinar o que é misericórdia, libertando os seus aprendizes do jugo do pecado e do fardo proveniente das ordenanças impostas pelos homens que resumem-se em sacrifícios ( Mt 9:13 ).
O fardo de Jesus é proveniente do mandamento do Pai, que é: "Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo..." ( 1Jo 3:23 ).
Quem crê, a palavra de Deus permanece nele "E a sua palavra não permanece em vós, porque naquele que ele enviou não credes vós" (João 5: 38). As escrituras são equivalentes as palavras de Cristo "Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?" ( Jo 5:47 ).
Desta forma, Jesus demonstra que é necessário aos homens crerem nele para serem filhos de Deus, tornando-os livres do jugo de Adão "Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Estas coisas disse Jesus e, retirando-se, escondeu-se deles" ( Jo 12:36 ).
Os que rejeitam a Cristo é porque continuam presos as suas concepções errôneas, uma vez que se consideram abastados e não reconhecem que são pobres de espírito "E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina" ( 1Pe 2:7 ).
João escreveu aos cristãos para que eles soubessem que tinham efetivamente vida eterna, ou seja, para não se demoverem da fé "Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus" ( 1Jo 5:13 ).
Aos que tomaram o fardo de Jesus, ou seja, aqueles que abandonaram o fardo pesado das ordenanças proveniente dos ensinos dos homens, e acataram os mandamentos de Cristo, haveriam de ser ensinados por Jesus.
Os discípulos de Jesus aprenderiam dele que é humilde e manso de coração, ou seja, a natureza daquele que ensina é diferente da natureza dos homens ( Is 54:13 ) "Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim" ( Jo 6:45 ).
Sobre ser ensinado por Cristo, escreveu Paulo "Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus" ( Ef 4:21 ). Ou seja, Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo. A verdade é Deus em Cristo "Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação" ( 2Co 5:19 ).
Quem aprendeu 'de Cristo' despojou-se da carne através da circuncisão não feita por mãos, sendo novamente criado um novo homem, segundo a natureza de Deus, em verdadeira justiça e santidade Cl 2: 11; Ef 4: 24. O novo homem passa a ser manso e humilde de coração, uma vez que recebe um novo coração e um novo espírito Sl 51: 10.
Os que são geração de Deus como Jesus é, são limpos de mãos e puros de coração "Aquele que é limpo de mãos e puro de coração (...) Este receberá do Senhor a bênção (...) Tal é a geração daqueles que o buscam..." ( Sl 24:4 -6); "...qual ele é, somos nós também neste mundo" ( 1Jo 4:17 b); "Qual o terreno, tais são também os terrenos; e qual o celestial, tais também os celestiais" ( 1Co 15:48 ).
Quem aprendeu de Cristo está assentado nas regiões celestiais em Cristo, lugar de verdadeiro descanso para a alma que outrora estava cansada e oprimida ( Ef 1:3 e Ef 2:6 ).
Considerar que 'jugo' e 'fardo' referem-se a mesma coisa é um erro comum. Considerar que fardo diz de condutas pecaminosas também é erro comum em nossos dias. Alegar que é preciso abandonar o fardo do pecado aos pés da cruz também é erro comum!
É impossível ao homem livrar-se do jugo do pecado, uma vez que, o escravo não pode libertar-se do seu senhor. A única coisa que tornava o escravo livre do seu jugo era a morte, e é isto que Cristo oferece aos cansados e oprimidos.
Aquele que não tomar sobre si a sua própria cruz, e não seguir a pós Cristo, não terá vida em si mesmo. Continuará na condição de morto diante de Deus. É preciso ao homem pegar a sua cruz e seguir após Cristo, conformando-se com Ele na sua morte "Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição" ( Rm 6:5 ).
É preciso comer da carne e beber do sangue de Cristo, ou seja, tornar-se participante da sua morte para o homem livrar-se do jugo da escravidão do pecado. Somente quando o homem torna-se participante da morte de Cristo livra-se do jugo do pecado, podendo pertencer a outro senhor "E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão" ( Hb 2:15 ).
O homem que crê em Cristo é livre do jugo do pecado, e servo da justiça "E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça" ( Rm 6:18 ).

O que é adorar em espírito e em Verdade?

O que é adorar em espírito e em verdade?

Muitos pensam que para adorar a Deus é necessário estar em um templo cercado de pessoas em atitude reverente. Para elas é preciso um momento de concentração, reforçado com meditação, rezas e orações. É o que chamam de ambiente propício. Este ambiente geralmente surge de um envolvimento emocional promovido pela expectativa de milagres, profecias, manifestações, etc. ( Jo 4:24 )
"Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" ( Jo 4:24 )
O que é a Verdade?
- O que é a verdade? Do ponto de vista filosófico seria quase impossível dar uma resposta satisfatória a esta pergunta. Diante de Jesus Pilatos fez esta mesma pergunta com base em seu conhecimento filosófico de modo sarcástico ( Jo 18:38 ).
Porém, deixemos os problemas filosóficos de lado, uma vez que Jesus anunciou que veio dar testemunho da verdade, e que todos quantos deram crédito à sua palavra pertenciam à Verdade ( Jo 18:37 ).
O apóstolo Paulo, por sua vez, deixou registrado que Deus é verdadeiro e todo homem mentiroso "De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado" ( Rm 3:4 ).
Sabemos que Deus é verdadeiro do mesmo modo que Ele é luz ( 1Jo 1:5  e 1Jo 5:20 ). Também sabemos que quem não está em Deus é trevas, ou seja, é mentiroso ( 1Jo 1:5 ). Através destes versículos percebemos que, quando Paulo disse que Deus é verdadeiro e todo homem mentiroso, ele estava fazendo referência à condição dos homens sem Deus ( Rm 3:10  à Rm 3:18 ).
Assim como os pecadores foram destituídos da glória de Deus e passaram à condição de trevas, todos os homens alienados de Deus igualmente tornaram-se mentirosos. Ao dizer que todos os homens são mentirosos, Paulo não estava se referindo a um tipo específico de conduta reprovável pela moral humana. Paulo fez referência à natureza humana decaída herdada de Adão!
Deus é luz, e todos quantos não estão em Deus são trevas. Deus é verdadeiro, e todos quantos não são participantes da sua natureza são mentirosos. Do mesmo modo que a injustiça dos homens contrasta com a justiça de Deus, a mentira dos homens contrasta com a verdade de Deus.
Paulo ao fazer referência ao seu antigo estado de alienação de Deus disse: “Mas, se por causa da minha mentira sobressai a verdade de Deus para sua glória, por que sou eu ainda julgado como pecador?” ( Rm 3:7 ). Ora, percebe-se que a condição de pecador é o mesmo que mentira.
Quando analisamos asserções como “Deus é luz”, ou “Deus é verdadeiro”, não devemos analisá-las do ponto de vista científico ou filosófico. Antes, é preciso compreender tais asserções como atributos de Deus. Quando a bíblia estabelece o contraponto: “Deus é luz, e não há nele travas alguma”, a asserção “Deus é luz” demonstra que tudo que não está unido a Deus não tem relação nenhuma com Ele.
Jesus se apresentou como sendo o caminho, a verdade e a vida, ou seja, a única pessoa capaz de estabelecer comunhão entre Deus e os homens "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" ( Jo 14:6 ). O apóstolo Paulo demonstrou aos cristãos em Roma que todos os homens pecaram e foram alienados da glória de Deus por causa da desobediência de Adão. Jesus, por sua vez, ao se apresentar como o caminho, a verdade e a vida, promove a união dos homens com Deus. O homem por intermédio de Cristo passa a ser participante da glória de Deus.
Jesus compartilhou da sua glória com os que crêem para que possam voltar à comunhão com o Pai “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” ( Jo 17:22 ), pois tal glória foi perdida quando o homem pecou ( Rm 3:23 ).
De posse da glória concedida por Cristo, o homem deixa a condição de mentira e passa a ser verdadeiro, pois está na verdade.
“Em Verdade”
"E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna" ( 1Jo 5:20 )
O apóstolo João é claro ao demonstrar que Cristo é verdadeiro. Além dos cristãos terem ciência (saber) de que o Filho de Deus veio em carne, foi concedido também o entendimento (revelação) para que os cristãos passassem a estar unidos a Cristo (conhecermos).
A idéia da palavra ‘conhecer’ empregada pelo apóstolo João neste versículo é ‘estar unido a...’, ‘em comunhão com...’, 'um só corpo'. Quando lemos que conhecemos a Deus, ou antes, que Ele nos conheceu, é o mesmo que dizer que estamos em plena comunhão com Ele ( Gl 4:9 ). Ex: Quando a bíblia diz que ‘conheceu’ o homem a mulher, ela aponta comunhão íntima, um só corpo.
Quando o homem sem Deus (mentiroso) alcança o entendimento através da mensagem do evangelho, passa a conhecer (comunhão) o que é verdadeiro, ou seja, deixa a condição de mentira e passa a compartilhar da Verdade. João, ciente desta maravilhosa verdade, anuncia: “... no que é verdadeiro estamos...”, ou seja, estar ‘em Cristo’ é o mesmo que estar ‘em verdade’.
A condição ‘em verdade’ é proveniente de uma nova criação, como bem assevera o apóstolo Paulo: “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade" ( Ef 4:24 ). O novo homem é criado por Deus ‘em verdadeira’ justiça e santidade. É por isso que todo aquele que está ‘em Cristo’ é uma nova criatura.
Muitos gramáticos são unânimes em reconhecer que a sintaxe e o estilo dos escritores do Novo Testamento possuem características que são próprias e exclusiva do evangelho. Vale salientar uma destas características, pois ela ajudará na composição da idéia 'em verdade'.
A frase preposicional 'em Cristo' no grego é um uso específico do dativo. Como é sabido, antes dos escritores do Novo Testamento não há registro de que alguém dentre os gregos tenha utilizado o dativo preposicionado para expressar idéias como 'em Platão', 'em Sócrates', etc. Somente no Novo Testamento encontramos frases com este uso específico do dativo.
O capítulo 1 da carta aos Efésios aponta este uso do dativo em frase preposicional. O elemento gramatical mais repetido é a preposição grega '', correspondente ao nosso “em”, seguida do dativo 'Χριστ'. Ela vem com o pronome pessoal (“nele”), ou com um nome (“em Cristo”, “no Amado”).
A nova criatura resulta de uma nova criação de Deus. A nova criação é feita em verdadeira justiça e santidade. Cristo é a verdade, e todos que estão em Cristo são igualmente verdadeiros, porque no que é Verdadeiro os que crêem estão ( 1Jo 5:20 ).
Com base no que analisamos, adorar ‘em verdade’ é o mesmo que estar em comunhão com Cristo. Ou seja, não se refere à atitude do adorador, ou ao ambiente que o adorador se encontra, antes diz da condição da nova criatura.
Como ser Verdadeiro?
A idéia da verdade, ou do que é verdadeiro que Jesus apresenta não tem relação com sentimento e práticas humanas cotidianas. A idéia de que ser verdadeiro é ser autêntico, ou seja, cercado de virtudes humanas, não se refere à verdade que Cristo estabeleceu.
Para que o homem seja verdadeiro é preciso estar unido a Cristo, em comunhão com Deus. Como? Ora, a comunhão com Deus é estabelecida através da mensagem do evangelho "O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo" ( 1Jo 1:3 ). O que é que João ouviu e estava retransmitindo aos Cristãos para que tivessem comunhão com Deus? A mensagem do evangelho!
A mensagem do evangelho constitui-se no chamado de Deus para que os homens estejam unidos a Ele "Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor" ( 1Co 1:9 ).
Após ouvir a mensagem do evangelho e crer em Cristo como o enviado de Deus, conforme diz as escrituras, o homem passa a viver 'em verdade'. Passa a compartilhar da vida que há em Deus, como luzeiros no mundo que jaz em trevas.
O homem que crê na mensagem do evangelho é novamente criado 'em verdade'. É produto do milagre da regeneração. O novo nascimento é o acesso (porta) para a glória de Deus. Quem estava alienado, agora passa a ver a glória de Deus, como está escrito: "Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?" (João 11: 40).
Através do ouvir a mensagem do evangelho o homem passa a crer na esperança proposta, ou seja, a fé vem pelo ouvir. O evangelho é poder de Deus para os que crêem, que faz dos homens que eram filhos de Adão filhos de Deus ( Jo 1:12 ; Jo 1:13; Rm 1:16 ). O poder regenerador da fé (evangelho) faz com que o homem passe a compartilhar a glória de Deus ( Jo 17:22 ; Jo 17:23 ).

Em espírito
“O que é nascido da carne, é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito” ( Jo 3:6 )
Pelo fato de os homens serem descendentes de Adão são designados carnais. Além de possuirem um corpo constituído de carne, a natureza dos homens sem Deus é designada ‘carnal’.
O que é ser carnal? 'Carnal' refere-se à natureza decaída, alienada de Deus, que foi herdada de Adão. Quem é carnal, ou seja, descendente na carne de Adão não pode agradar a Deus. Esta é uma condição intrínseca a natureza herdada de Adão. Por mais que uma pessoa tenha intenção e vontade de adorar a Deus, e não é nascida de novo, conforme o que propõe a mensagem do evangelho, não poderá agradar a Deus ( Rm 8:8 ).
Por ser gerada de Adão a tendência nata da carne é a morte. Quando falamos da tendência da carne como sendo morte, não nos referimos à morte física do homem, antes à alienação (separação) de Deus ( Rm 8:7 ).
Porém, do mesmo modo que os nascidos de Adão são carnais, os nascidos segundo o último Adão são espirituais. Como? Ora, do mesmo modo que o Espírito Eterno, que fez ressurgir o Cristo dentre os mortos, ele fez ressurgir os que crêem e habita neles ( Rm 8:9 ).
Pelo fato de os cristãos terem o Espírito de Cristo, isto indica que também são filhos de Deus, portanto, espirituais. Todos quantos são nascidos de Deus (Espírito) são filhos de Deus (espírito).

Adorar em espírito e em verdade
Muitos pensam que para adorar a Deus é necessário estar em um templo cercado de pessoas em atitude reverente. Para elas é preciso um momento de concentração, reforçado com meditação, rezas e orações. É o que chamam de ambiente propício. Este ambiente geralmente surge de um envolvimento emocional promovido pela expectativa de milagres, profecias, manifestações, etc.
Consideram que adorar a Deus em espírito e em verdade é fruto da emoção, da vontade e do intelecto do homem. Para Eles adoração sem emoção, ou sem intelecto não é adoração, e é possível adorar em verdade sem ter nascido do Espírito, ou adorar em espírito sem ter nascido da Verdade.
Porém, a Bíblia demonstra que, se o homem adora em espírito, concomitantemente ele está na Verdade, e se adora 'em verdade' é porque vive em Espírito! Adoração não é um estilo de vida como apregoam. Adorar em espírito e em verdade só é possível quando se conhece a Deus, ou seja, quando Deus passa a habitar no homem "O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós" ( Jo 14:17 ).
Quando é que o homem passa a estar em Deus e Deus no homem, fazendo morada? ( 1Co 3:16 ). Somente após crer na mensagem do evangelho "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa" ( Ef 1:13 ).
Muitos se escudam no legalismo, outros no formalismo, sem nos esquecermos dos tradicionalistas. Os emocionalistas acusam os racionalistas, e surgem inúmeras forma de fanatismos. Porém, todos se esquecem que somente os nascidos de novo podem adorar a Deus em espírito e em verdade.
Quando o homem nasce de novo através da mensagem do evangelho, não há um tempo ou lugar específico para adorar. Os verdadeiros adoradores adoram em todo tempo e em todos os lugares.
  • Um verdadeiro adorador não está vinculado a templos, pois é templo e morada do Espírito Santo ( 1Co 3:16 );
  • Um verdadeiro adorador não necessita de sacrifícios, pois é sacrifício vivo, santo e agradável a Deus ( Rm 12:1 );
  • Um verdadeiro adorador oferta a Deus sacrifício de louvor, ou seja, o fruto dos lábios que professam a Cristo ( Hb 13:15 );
  • Um verdadeiro adorador não precisa de intermediário, pois exerce sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais a Deus ( 1Pe 2:5 );
  • Um verdadeiro adorador não precisa de tempo específico, pois o momento da adoração foi estabelecido quando Cristo chegou entre os homens, em que os verdadeiros adoradores adoram em espírito e em verdade ( Jo 4:23 ).
Em suma: para adorar em espírito e em verdade é preciso crer no que anunciou os profetas: “Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, e criai em vós um coração novo e um espírito novo (...) Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” ( Ez 18:31 ; Ez 36:25 -27).
Somente o Espírito Eterno “Então (Deus) aspergirei...” (v. 31), pode purificar o homem através da palavra do evangelho (água pura). O 'aspergir água pura' é o mesmo que nascer da água. Somente Deus pode aspegir a água pura, ou seja, o nascer do Espírito. Somente Deus pode fazer do homem uma nova criatura, com novo coração e um novo espírito ( Sl 51:10 ; Is 57:15 ).
A nova criatura, ou o novo homem em Cristo é gerado de Deus para a sua glória ( Jo 1:12 ). Deus cria, forma e faz o novo homem em verdadeira justiça e santidade para a sua própria glória "A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória, os formei, e também os fiz" ( Is 43:7 ). Somente os nascidos da água e do Espírito, ou seja, da verdade e do Espírito são capazes de adorar a Deus em espírito e em verdade, pois estes foram criados para louvor da glória de Deus, ou seja, adoração verdadeira ( Ef 1:6 ; Ef 1:12 e Ef 1:14 ).
O verdadeiro louvor e adoração são provenientes da obra criativa de Deus (nova criatura), pois quem dentre as suas criaturas poderá acrescentar honra, glória e louvor a Deus? É por isso que Deus faz todas as coisas para e em louvor de sua glória!    
Hilário Manoel Messias
 

AS RELIGIÕES SÃO A PORTA LARGA QUE CONDUZ A PERDIÇÃO?

As Religiões são a 'porta larga' que conduz à perdição?

Os monges, padres, hindus e todos que procuram uma vida de ascetismo pessoal pensam alcançar a bem-aventurança prometida por Cristo despojando-se de bens materiais e dos prazeres. Porém, a verdade do evangelho demonstra que só é possível ao homem ser bem-aventurado após despojar-se da carne (natureza herdada de Adão), através da circuncisão de Cristo (...) As religiões são ‘pseudo’ caminhos que os homens pensam que conduz a Deus. Eles seguem os desvarios de seus corações enganosos, pois seguem por um caminho de perdição.
Sobre o Sermão do Monte o Dr. J. Dwight Pentecost, autor do Manual de Escatologia, escreveu: “A primeira bem-aventurança do Senhor está em Mateus 5: 3: ‘Bem-aventurado os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Só Deus é bem-aventurado. Ele é digno de receber benção em virtude de sua santidade absoluta, inalterável” Pentecost, J. Dwight, O Sermão do monte, Capítulo Os humildes de espírito, Ed Vida.
Não consegui abstrair (entender) a declaração do Dr. Pentecost. Só Deus é bem aventurado? ( Mt 5:11 ) Deus é digno de receber bênçãos? ( Jó 41:11 ) Quem abençoaria Deus?
Não há quem possa dar algo ou retribuir uma dádiva divina. Não há quem possa abençoá-lo, visto que só ele habita a eternidade e detém todo poder e concede dádivas às suas criaturas. É impossível o menor abençoar o maior, e quem é maior que o Altíssimo?
De modo enfático, o Dr. Pentecost reitera na seqüência que só Deus é digno de ser chamado bem aventurado ou bendito por aquilo que ele é em seu caráter.
Ora, Deus possui vários atributos, porém, dentre eles não encontramos a humildade. A humildade é pertinente ao homem. Humilde é aquele que reconhece suas limitações, e Deus não é limitado. Não encontramos qualquer referência a um Deus humilde. Antes, Ele é o que é. É o Eu Sou, e habita a eternidade.
“Só Deus é bem-aventurado” Idem. Se considerarmos que tal comentário refere-se a Cristo, como é possível Ele oferecer bem-aventurança aos seus ouvintes? Jesus apontou os seus discípulos como sendo bem-aventurados, o que contraria a idéia em destaque.
Vemos que a bem-aventurança é uma dádiva pertinente aos homens, e, por isso Jesus convida os seus ouvintes a aprenderem dele que é manso e humilde de coração "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas" ( Mt 11:29 ).
A mansidão da qual Jesus fez referência não diz de uma característica pertinente ao caráter ou comportamento humano. Antes a mansidão e a humildade de coração é uma característica pertinente à nova natureza do novo homem que é gerado em Cristo, que é semelhante à natureza de Cristo.
Somente os gerados de Deus são mansos e humildes de coração! Somente os que recebem poder para serem feitos (criados) filhos de Deus ( Jo 1:12 ), são criados em verdadeira justiça e santidade, recebendo a plenitude de Deus em Cristo ( Cl 2:10 ).
Sobre este aspecto da nova criatura (plenitude da divindade) João disse: “... porque, qual Ele é, somos nós também neste mundo” ( Jo 4:17 ). Ora, neste mundo não somos semelhantes a Jesus com relação ao corpo glorificado, ou seja, ainda não fomos revestidos da imortalidade. Porém, assim como ele é, nós também somos neste mundo: mansos e humildes de coração, isto porque aprendemos deste modo de Cristo “Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus” ( Ef 4:21 ).
Sabemos que o homem gerado segundo a carne é ‘mentiroso’, pois a verdade encontra-se em Cristo ( Rm 3:7 ). Os filhos de Adão não possuem um coração manso e humilde, pois esta característica pertence tão somente aos filhos de Deus.
Os monges, padres, hindus e todos que procuram uma vida de ascetismo pessoal, pensam alcançar a bem-aventurança prometida por Cristo despojando-se de bens materiais e dos prazeres. Porém, a verdade do evangelho demonstra que só é possível ser bem-aventurado após o homem despojar-se da carne, recebendo a circuncisão de Cristo.
Só são bem-aventurados aqueles que recebem a Cristo por meio da verdade do evangelho (fé que uma vez foi dada aos santos), e descansam na proposta de vida eterna (fé ou descansar em Cristo). É por isso que Paulo diz que a justiça do evangelho descobre-se de fé em fé: a) a primeira fé refere-se à verdade do evangelho, e; b) a segunda fé refere-se a confiança do crente.
Ora, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Sem a ‘fé (evangelho) que uma vez foi dada aos santos’ é impossível confiar (fé) em Deus. Primeiro é preciso ouvir a verdade do evangelho (fé), para depois crer para salvação.
O Dr. Pentecost não incorreria no erro de afirma que só Deus é bem-aventurado se compreendesse a parábola dos dois caminhos. Para ele o caminho largo refere-se à doutrina dos fariseus: “Contrastando seu ensino como o dos fariseus, ele havia comparado o farisaísmo a uma porta muito larga pela qual muitas pessoas podiam entrar” Idem, Capítulo Alicerçado na Rocha.
Analisando a parábola dos dois caminhos “Entrai pela porta estrita. Pois larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” ( Mt 7:13 -14), percebe-se que Cristo é a porta estreita, e o único caminho que conduz a salvação. Não há outro nome pelo qual devamos ser salvos.
Mas, seria a doutrina dos fariseus o caminho largo que conduz muitos a perdição? E quem não segue a doutrina dos fariseus, mas seguem outros posicionamentos religiosos ou filosóficos, porventura não teriam entrado no caminho largo?
Apontar sistemas religiosos ou pensamento filosóficos como sendo o caminho largo que conduz a perdição não condiz com a verdade que a parábola contada por Jesus busca ilustrar “Jesus refere-se à religião humana, como o ‘caminho largo’ e espaçoso” Pág. 158, Idem.
Ora, um interprete não pode prevaricar "Teu primeiro pai pecou, e os teus intérpretes prevaricaram contra mim" ( Is 43:27 ). Como os interpretes judeus prevaricaram? Ora, adotaram o mesmo posicionamento do Dr. Pentecost, uma vez que esqueceram que a porta larga é o primeiro pai da humanidade (Adão), e não as religiões.
As religiões são ‘pseudo’ caminhos que os homens pensam existir para alcançar a Deus. Eles seguem os desvarios de seus corações, mas é certo que trilham um caminho de perdição, pois entraram pela porta larga. É por isso que alguns dizem que todos os caminhos levam a Deus. Esquecem que existem somente ‘dois caminhos’, o que contrasta com a existência de inúmeras religiões.
A porta larga é Adão e o modo de entrar pela porta larga é o nascimento natural segundo a carne. A porta estreita é Cristo e o único modo de entrar pela porta estreita é nascendo de novo ( Jo 3:3 ).
Os fariseus prevaricaram porque acreditavam que eram filhos de Deus por serem descendentes de Abraão. Esqueceram do primeiro pai (Adão), e que em decorrência do nascimento carnal eram iguais a todos os outros homens: carnais e destituídos da glória de Deus.
Todos os homens juntamente se desviaram e tornaram-se escusáveis diante de Deus por causa do primeiro pai que pecou (Adão), mas os judeus se achavam abastados espiritualmente (privilegiados) por terem por pai Abraão. Tremendo engano!
O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente, e após pecar todos os seus descendentes foram destituídos da glória de Deus. De modo distinto, Cristo, o último Adão, é espírito vivificante, a porta estreita, e todos os que por ele ‘entram’ (nascem de novo), são filhos de Deus.
A parábola dos dois caminhos é um resumo da idéia contida no Sermão do Monte. Se não houver uma interpretação fidedigna de tal parábola, qualquer tentativa de interpretar o Sermão do Monte será um fracasso.
Hilário Manoel Messias